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09/10/2018

INI é contemplado no Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

A dissertação Hospitalizações e mortalidade por esporotricose no Brasil com ênfase no Estado do Rio de Janeiro: uma análise de 25 anos, de autoria de Eduardo Mastrangelo Marinho Falcão, ficou em primeiro lugar na categoria Dissertação e Tese durante o 73º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, realizado no período de 06 a 09 de setembro, em Curitiba (PR). O trabalho descreve as hospitalizações e a mortalidade por esporotricose no Brasil e foi o primeiro orientado pelo pesquisador do INI, Dayvison Francis Saraiva Freitas, com coorientação da também pesquisadora do INI, Maria Clara Gutierrez Galhardo.

Segundo o orientador Dayvison Freitas, “essa premiação, além de um reconhecimento do trabalho exaustivo de Eduardo ao longo de dois anos de mestrado, é um estímulo a mais para o grupo do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa do INI, em momentos de tanta dificuldade para as instituições de pesquisa e para a população brasileira”.

Esporotricose

Esporotricose é uma micose subcutânea distribuída por todo o mundo e causada por fungos do gênero Sporothrix que pode infectar humanos e animais. Geralmente os pacientes apresentam apenas lesões cutâneas e são tratados ambulatorialmente. "No Brasil, os relatos e séries de casos concentram-se nas regiões Sul e Sudeste e desde o final da década de 1990 é observado um aumento nos casos da doença no estado do Rio de Janeiro, principalmente por conta da transmissão zoonótica envolvendo gatos infectados", explicou Eduardo.

Dados no país

O estudo, que foi apresentado no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Medicinal Tropical do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em janeiro deste ano, avaliou dados de 25 anos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Sistema de Informações Hospitalares e do Sistema de Informação sobre Mortalidade, além dos prontuários do INI e a distribuição espacial dos casos do Rio de Janeiro a partir de 2008. Em números, no Brasil, foram registradas mais de 700 hospitalizações por esporotricose nesse período, com mais de 60 óbitos confirmados.

Tendo o Rio de Janeiro como base, Eduardo analisou dados de quase oito mil pacientes, dos quais 4.517 diagnósticos foram realizados pelo INI. No Instituto, centro de referência no diagnóstico, tratamento e pesquisa desta micose e que tem operado como uma unidade sentinela no acompanhamento e combate à progressão da hiperendemia instalada no Rio de Janeiro, ocorreram 118 hospitalizações de 75 pacientes, entre 1991 e 2015, com onze óbitos.

"Pudemos observar um aumento progressivo no número de hospitalizações e óbitos em todo o país, de forma mais expressiva no estado do Rio de Janeiro. É possível afirmar que ocorreu uma expansão da doença ao longo dos anos estudados para a Baixada Fluminense, além da formação de novas áreas nas zonas oeste e norte da capital. Com relação a outras doenças infecciosas, notamos ainda um incremento da coinfecção com o HIV, com aumento das hospitalizações e dos números de óbitos", destacou Eduardo.

Com esses dados, Eduardo espera que a esporotricose passe a fazer parte da lista de agravos e doenças de notificação compulsória nacional, que haja ainda uma ampliação das medidas de controle da doença em todo o país e que a esporotricose disseminada seja incluída como critério de doença oportunística na infecção pelo HIV no Brasil.

Eduardo Mastrangelo Marinho Falcão possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2010) e especialização em Dermatologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2016). Ele e seus orientadores são membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

* Fotos: Arquivo pessoal (congresso) e Antonio Fuchs (defesa)

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