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06/06/2018

INI conclui mais uma turma do curso de Atualização em Manejo e Controle das Leishmanioses


Antonio Fuchs

Capacitar profissionais de nível superior com informações atualizadas sobre aspectos clínicos, epidemiológicos, laboratoriais e medidas de prevenção das Leishmanioses foi o objetivo do Curso de Atualização em Manejo e Controle das Leishmanioses do INI, coordenado por Aline Fagundes da Silva, que chegou em sua 16ª edição em 2018. Os mais de 40 alunos matriculados, de diversos estados brasileiros, tiveram uma intensa semana de aulas (21 a 25/05) e puderam aprender mais sobre essa grave doença negligenciada para reproduzir o conhecimento adquirido em seus ambientes de trabalho.

As aultas tiveram início no dia 21 de abril com uma atividade aberta que recebeu dois especialistas em leishmaniose visceral, da Universidade Federal do Piauí, a Dra. Dorcas Lamounier Costa e o Dr. Carlos Henrique Nery Costa, ambos consultores do Ministério da Saúde para o tema que trouxeram, em suas exposições, a larga experiência não só com a parte de saúde das leishmanioses, mas também no manejo, trato e respeito do paciente, tanto humano quanto veterinário. “Temos que valorizar o conhecimento científico e também o emocional daquele paciente com o qual estamos trabalhando”, ressaltou Aline. Dentro dessa mesma linha de pensamento, a aula especial contou ainda com palestras do pesquisador do INI, Dr. Mauro Marzochi, que abordou os cenários epidemiológicos e desafios para a leishmaniose visceral, e da Dr. Monique Paiva, também pesquisadora do INI, que tratou da doença, mas no aspecto da clínica veterinária.

Histórico

O curso começou, em 2002, destinado a médicos e enfermeiros da rede de saúde e com o passar dos anos foi sendo expandido para outros profissionais, mas sempre direcionado para a atuação no manejo e controle de leishmanioses, principalmente para aqueles que trabalham na rede pública, hospitais, postos de saúde e laboratórios centrais de Saúde Pública (Lacens). “A medida que o interesse aumentou, muito por conta da qualidade das aulas oferecidas aqui no INI, abrimos para alunos de pós-graduação. Então, a procura pelo curso passou a ser grande e nessa trajetória contamos com alunos de outras unidades da Fiocruz e de diversas instituições de pesquisa e ensino do país. Inclusive, já recebemos um aluno da Argentina. Tivemos, ao todo, 16 turmas concluídas. Em 2015 não pudemos oferecer o curso por conta de uma greve na Fiocruz. Nesta edição de 2018, contamos com 45 alunos matriculados e a expectativa, com o fim das aulas, é que eles retornem a seus estados de origem e se tornem multiplicadores de conhecimento”, destacou a pesquisadora.

Essa procura ocorre porque o tema é de extrema importância para a saúde pública brasileira. As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. As enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral, que afeta órgãos internos. “É uma doença presente em praticamente todos os estados da federação e, embora não tenha um número de casos comparável às arboviroses, por exemplo, ela tem uma gravidade importante. Os estudos e capacitações em leishmanioses humanas e animais no INI são realizados pelo Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses (LaPClinVigiLeish), chefiado pelo pesquisador Armando Schubach”, explicou Aline.

Alunos ressaltam a qualidade do curso

O médico veterinário Hemmerson Alencar trabalha na Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas, é responsável pela Coordenação da Leishmaniose e Controle de Zoonoses e considerou o curso muito interessante pois trouxe uma série de novos conteúdos que o permitiram se atualizar no tema. Segundo o aluno, Alagoas é uma área endêmica para leishmanioses e só esse ano já ocorreram 59 notificações da doença, com 10 óbitos por leishmaniose visceral. “Busquei aproveitar ao máximo as informações que recebi nesses cinco dias de aulas pois estamos dentro de um laboratório de referência da Fiocruz e todo o conteúdo que obtive tentarei transmitir da melhor forma possível para minha equipe em  Alagoas”, destacou.

Já Maria Célia Righetto, referência técnica em controle das leishmanioses da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, na regional de Leopoldina, considerou o curso com informações bem atualizadas e que agregou muito conhecimento para que possa utilizar de forma a melhorar a qualidade no serviço no que diz respeito ao controle das leishmanioses. “Não somos uma área endêmica para a doença, temos casos pontuais de leishmaniose tegumentar e silenciosos para a visceral. É importante se qualificar e estar sempre preparada para quando surgirem casos e saber orientar os 15 municípios que fazem parte da nossa regional e ajudar no treinamento dos profissionais de saúde”, concluiu.

Fotos: Antonio Fuchs e Mayara Aline

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