Estagiária: Bárbara Clara| Ed.: Alexandre Magno
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) recebeu o estudante norte-americano Cole Strupp, de 20 anos, na terceira edição do programa de intercâmbio acadêmico Global Health Programs, realizado em parceria entre a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz) e a Princeton University. O objetivo é gerar aprendizado a partir de uma visão ampla para o intercambista, que vai acompanhar as atividades de pesquisa clínica e assistência nas principais doenças infecciosas atendidas pelo INI como HIV/Aids, doenças febris agudas, infecções dermatológicas, além de doença de Chagas, leishmanioses e diagnóstico de parasitoses e micoses:
A Fiocruz recebeu onze alunos de graduação de Princeton, distribuídos pelos institutos da seguinte forma: 5 no IOC; 1 no INI; 1 no CDTS; e 4 no IAM
Cole realizou seu estágio no período de 03 de junho a 26 de julho, com docentes e discentes do Programa de Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e com docentes e doutorandos do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas. Ele contou que pôde aprimorar seu conhecimento através das diferentes clínicas pelas quais passou “Eu pude rotacionar por diferentes clínicas para ver diretamente como os pacientes que eram tratados na clínica estavam sendo cuidados em projetos laboratoriais, seja com humanos ou animais. Isso realmente incorporou os mantras de uma Saúde Única e uma abordagem unificada para o atendimento à saúde que se aplica ao nível da comunidade, ao nível da pesquisa, ao nível do cuidado e ao nível da educação. ”, explicou.
O estudante destacou o trabalho exemplar do INI em combinar pesquisa translacional com a prática clínica, e sobre a experiência enriquecedora de poder ir às comunidades e às clínicas de saúde básica para ver os casos clínicos e os impactos das doenças na vida dessas pessoas “Se eu tivesse passado meu tempo apenas no laboratório fazendo pesquisa básica, apenas trabalhando com células e proteínas, eu realmente não teria entendido, sabe, os impactos reais e tangíveis das doenças com as quais estamos lidando.”, contou.
Após a pós-graduação, o entrevistado deseja seguir com Doutorado em Medicina e Pesquisa (MD-PhD), combinando prática clínica com a pesquisa em laboratório contra doenças infecciosas. Seu tempo no INI, unido a outras experiências, o deixou interessado em doenças tropicais negligenciadas e em outras ameaças em nível pandêmico “Vou me certificar de que estou muito envolvido no desenvolvimento da saúde global, especialmente com um foco sustentável, garantindo que realmente estamos construindo comunidades com educação e apoio que dure por gerações ao redor do mundo. Eu acho que é um esforço global, como sabemos, e por isso gostaria de trazer uma perspectiva médico-científica para isso, mas nunca deixando de lado os aspectos políticos e de desenvolvimento. ”
A coordenação geral do estágio do estudante é feita pelos coordenadores dos programas de pós-graduação stricto sensu: Rodrigo Caldas Menezes e Cláudia Maria Valete, com o apoio da equipe da Secretaria de Ensino do INI; e do assessor para assuntos internacionais, Tiago Nery. Participaram do programa os seguintes laboratórios do INI: Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas, Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e AIDS, Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos, Laboratório de Imunologia e Imunogenética em Doenças Infecciosas, Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses, Laboratório de Pesquisa Clínica em Imunização e Vigilância em Saúde, Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas, e o Serviço de Anatomia Patológica.
Rodrigo falou sobre a importância do programa que envolve toda a Fiocruz e permite, através da internacionalização, a troca de aprendizado entre profissionais, estudantes e pesquisadores daqui e de lá “A gente aprende bastante, é uma troca muito boa com esses estudantes que são altamente capacitados, além de ser bastante enriquecedor tanto para nós profissionais e pesquisadores, como também para os estudantes de pós-graduação através da interação com os intercambistas. É um programa de sucesso e que vem tendo excelente resultados”
Cole deixa um conselho para aqueles que têm interesse em realizar intercâmbio no INI “Se você tem interesse em abordagens clínicas, de pesquisa ou políticas de saúde, então eu acho que este é o lugar certo. Há um lindo sentimento de propósito e serviço aqui, onde você pode ver os impactos tangíveis que saem das pesquisas e da interação prática com os pacientes, e isso torna tudo tão gratificante. Poder vivenciar isso com pessoas tão incríveis e uma comunidade tão acolhedora, não há nada que se compare, então não posso dar uma recomendação mais poderosa e sincera.”