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17/12/2018

INI integra comissão assessora sobre HTLV no Ministério da Saúde


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

O pesquisador do Laboratório de Pesquisa Clínica em Neuroinfecções do INI, Abelardo Araújo, integra a Comissão Assessora para o Manejo da Infecção pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV), instituída no final do mês de novembro pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde. O grupo trabalhará na criação de um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para o agravo, entre outras questões.

A Comissão é composta por representantes de sociedades científicas, da sociedade civil e por especialistas com notório conhecimento do tema, além de técnicos do DIAHV. “Considero fundamental a formação desse grupo. Somos o país no mundo com o maior número de doentes e portadores assintomáticos desta infecção devastadora, que pode causar uma leucemia fatal (a Leucemia de células T do adulto) ou uma doença neurológica crônica, irreversível e incapacitante (a Mielopatia do HTLV ou Paraparesia Espástica Tropical). Ambas acometem indivíduos na sua idade mais produtiva”, destacou Abelardo Araújo. 

No encontro que instituiu a Comissão, em Brasília, os especialistas puderam avaliar vários pontos já incorporados ao SUS, desde os exames que detectam o vírus HTLV-1 para pacientes com leucemia, além de sugestões para o rastreio da doença no pré-natal e outras recomendações que devem ser baseadas em evidência científica e levar em consideração critérios de eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade das tecnologias recomendadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

O médico neurologista do INI espera que a criação deste comitê de assessoramento ao Ministério da Saúde tenha continuidade na futura gestão de Saúde do Governo que se iniciará e que possa criar rotinas de prevenção e tratamento que sejam implementadas em todo o país. “Trata-se de uma luta longa e árdua de todos aqueles que conhecem a importância da infecção por este retrovírus na saúde da nossa população”, disse.

Abelardo explicou também que desde a década de 90, o Brasil já conta com a testagem rotineira para o HTLV em bancos de sangue. “No momento lutamos pela implantação da testagem rotineira no pré-natal, assim como se faz com a sífilis e o HIV, de forma a prevenir a transmissão pelo leite materno. No Brasil, incompreensivelmente, ainda não é obrigatória a testagem para o HTLV em gestantes. Deste modo, o reconhecimento oficial pelo Ministério da importância do problema e a criação de um comitê assessor específico, constituído por experts na área, é um passo importante para esta e outras medidas na área de prevenção e tratamento da infecção pelo vírus”, afirmou o neurologista.

Sobre o HTLV

A infecção causada pelo vírus T-linfotrópico humano (HTLV) atinge as células de defesa do organismo, os linfócitos T. O HTLV foi o primeiro retrovírus humano isolado (no início da década de 1980) e é classificado em dois grupos: HTLV-I e HTLV-II.

A transmissão do HTLV ocorre por via sexual em relações desprotegias (sem camisinha), pelo compartilhamento de seringas e agulhas, e da mãe para o recém-nascido (Transmissão Vertical), principalmente pelo aleitamento materno.

A maioria das pessoas infectadas pelo HTLV não apresentam sinais e sintomas durante toda a vida. O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV. Saiba mais sobre a doença aqui.

* Com informações do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais

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