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24/11/2021

INI participa de simpósio sobre doenças negligenciadas promovido pela Fiocruz


Antonio Fuchs

Andréa Silvestre e Mauro Mediano, pesquisadores do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI, participaram do fórum dedicado a esta doença realizado no dia 19 de novembro, de forma virtual, durante o 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis: foco em doença de Chagas e Hanseníase. Andréa e Mauro apresentaram projetos voltados para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além de iniciativas inovadoras para combater a doença na América Latina. A abertura do simpósio contou com as presenças de Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, e Renato Carvalho, CEO da Novartis Brasil.

“Esse evento, realizado em conjunto com a Novartis Brasil, é destinado ao avanço da pesquisa e do desenvolvimento tecnológico na busca por soluções para as doenças negligenciadas. O objeto maior da nossa parceria com a empresa, que já ocorre há bastante tempo, é estabelecer um campo de interação onde possamos trabalhar novas plataformas tecnológicas que sirvam para os desafios de saúde, como foi o caso da pandemia de covid-19, e utilizar as tecnologias em desenvolvimento para os tradicionais problemas de saúde pública ainda persistentes em boa parte do mundo”, destacou Marco Krieger. Já Renato Carvalho salientou a importância da parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e o aprendizado diário com os pesquisadores da instituição, principalmente no campo das doenças negligenciadas, uma das áreas de atuação da empresa.

Ainda na mesa de abertura, Marcelo Wada, coordenador geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, apresentou a situação epidemiológica e as estratégias voltadas para o controle das Doenças Negligenciadas no país, como a doença de Chagas, a Leishmaniose, o Tracoma, as Geo-helmintíases, a Oncocercose e a Filariose. Já Rômulo Paes, pesquisador da Fiocruz Minas e vice-presidente da Abrasco, dissertou sobre os desafios para a implementação da Agenda 2030 no mundo pós-pandemia de covid-19. O vice-presidente da Fiocruz, Marco Krieger, voltou a falar e lembrou que a rápida resposta oferecida pela ciência na luta contra a pandemia de covid-19 mostrou para a sociedade global, e brasileira, a importância do uso do conhecimento científico para combater doenças novas e existentes. Encerrando o primeiro momento do simpósio, Johannes Boch, da Fundação Novartis, destacou os projetos relacionados ao fortalecimento dos sistemas de saúde a partir das iniciativas desenvolvidas pela empresa.

A íntegra da mesa de abertura do 1º Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis pode ser assistida aqui.

Fórum Chagas

Abordagem intersetorial para um cuidado integral na doença de Chagas  foi o tema do Fórum sobre Chagas no Simpósio de Doenças Negligenciadas Fiocruz-Novartis. Primeira expositora da atividade, a pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI, Andréa Silvestre, apresentou a situação atual da doença no Brasil, destacando que o número de infectados pelo Trypanossoma cruzi (agente etiológico da doença de Chagas) no país está entre 1,3 e 3 milhões pessoas, sendo que a maioria não sabe que está acometido por ele. “É reconhecida a magnitude da doença como condição crônica, o que demanda esforços para a articulação de ações de vigilância em saúde, com envolvimento multissetorial, principalmente no eixo da participação efetiva da rede assistencial do SUS”, destacou.

Em seguida, a pesquisadora falou sobre os projetos IntegraChagas e CUIDA Chagas, ambos coordenados por ela. O IntegraChagas pretende ampliar o acesso à detecção e ao tratamento da doença de Chagas no âmbito da atenção primária à saúde no Brasil, e o CUIDA Chagas busca contribuir para a eliminação da transmissão congênita da doença de Chagas na América Latina, ampliando e melhorando o acesso ao diagnóstico, tratamento e atenção integral, por meio de abordagens inovadoras e sustentáveis na Bolívia, Brasil, Colômbia e Paraguai.

Linda Lehman, coordenadora técnica do guia para cuidado crônico para doenças infecciosas negligenciadas da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), apresentou a publicação, que é voltada para o manejo de morbidade crônica e a prevenção de incapacidade com ênfase na Atenção Primária à Saúde, e que contou com a participação de pesquisadores do INI no capítulo que trata exclusivamente da doença de Chagas. A experiência da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás para a notificação compulsória da doença de Chagas na fase crônica foi o tema da fala de Liliane da Rocha Siriano, gestora da SES-GO. Ela explicou as estratégias exitosas para o aumento dos registros de casos no sistema local, por conta das constantes capacitações dos profissionais de saúde, da ampliação na oferta de tratamento e de um melhor monitoramento da doença. O trabalho da Casa de Chagas/Procape-UPE, inaugurada em 2010, foi exposto pelo seu coordenador, Wilson Oliveira, explicando que o local proporciona uma atenção integral ao paciente portador da doença de Chagas, não apenas com ações de tratamento, mas também com o enfoque biopsicossocial, se tornando uma referência nacional.

Mauro Mediano, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI, apresentou um modelo de atenção integral para o tratamento da doença de Chagas. “Nosso laboratório foi criado em 2006, mas a assistência ao paciente com a enfermidade começou sendo realizada no ambulatório instituído para este fim em 1986. Já atendemos mais de 2.200 pessoas com a doença, e promovemos uma atenção integral para todos, com ações de prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos”, destacou.

Atualmente o laboratório tem 917 pacientes em atendimento regular, onde realizam atividades de diagnóstico, tratamento e reabilitação com uma equipe multidisciplinar, envolvendo infectologias, médico cardiologista, gastroenterologistas, cirurgião geral, fisioterapeuta, professores de educação física, farmacêutico, nutricionista, psicólogo, fonoaudiólogo e assistente social. Mauro Mediano citou ainda o trabalho de reabilitação cardiovascular desenvolvido para os pacientes, além das atividades de ensino e pesquisa promovidas pelos pesquisadores do laboratório.

Encerrando o fórum, Swamy Lima Palmeira, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, apresentou um guia para a estruturação de linhas de cuidado para a doença de Chagas, que tem como objetivo promover a redução da morbidade pela doença nos diferentes ciclos de vida, a partir do diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas acometidas por ela.

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