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08/03/2021

O papel da Pesquisa Clínica no INI


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

Rosely Zancopé, vice-diretora de Pesquisa Clínica do INI, foi a palestrante convidada da segunda atividade de abertura do ano letivo 2021 do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no dia 05 de março. Em sua exposição, a pesquisadora abordou o papel da pesquisa clínica no campo das doenças infecciosas, destacando a importância desse processo para o desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação de um país, e informou que, atualmente, a unidade conta com 511 projetos de pesquisa em andamento em diferentes linhas de atuação, com 42 destinados a estudos sobre o Covid-19. A palestra foi apresentada por Mauro Brandão, vice-diretor de Ensino, e contou com as presenças de Valdiléa Veloso, diretora do INI, na abertura, e Suze Sant'Anna, coordenadora da Pós-Graduação Lato sensu, no encerramento.

Ao contextualizar o que é uma pesquisa clínica, Rosely explicou que esta tem como objetivo avaliar a segurança e a eficácia de medicamentos, procedimentos ou tratamentos de determinadas doenças, possíveis benefícios ou eventos adversos, por meio da coleta de dados, envolvendo exclusivamente seres humanos. Essa pesquisa pode ser quantitativa, que recorre a diferentes técnicas para quantificar opiniões ou informações, ou qualitativa, que é a pesquisa descritiva que explora as particularidades e os traços subjetivos considerando a experiência pessoal do entrevistado. A vice-diretora lembrou que compete ao pesquisador possuir um bom espírito científico e criativo, raciocínio lógico, rigor científico e vontade disciplinada para o bom andamento de um ensaio clínico.

Rosely apresentou ainda quem são os envolvidos em uma pesquisa clínica, começando pelo pesquisador responsável, a quem compete a coordenação do estudo; os participantes da pesquisa, que são os indivíduos que, de forma esclarecida e voluntária, ou sob o esclarecimento e autorização de seu(s) responsável(eis) legal(is), aceitam ser pesquisados; e o patrocinador, que é a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que apoia a pesquisa, mediante ações de financiamento, infraestrutura, recursos humanos ou apoio institucional.

Além disso, a vice-diretora citou a Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC) para falar das quatro fases de uma pesquisa clínica, e lembrou que antes de iniciar os estudos em seres humanos, o ensaio deve passar por fases pré-clínicas de desenvolvimento, quando são realizados testes em animais e comprovadas a segurança e a eficácia do produto. “Obrigatoriamente, toda pesquisa envolvendo seres humanos tem que ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da respectiva instituição de origem. Em alguns casos, o ensaio clínico deve ser encaminhado para o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para uma avaliação maior”, ressaltou.

A pesquisa no INI

O INI, unidade técnico-científica da Fiocruz, é voltado para a pesquisa clínica, ensino, serviços de referência e assistência em doenças infecciosas, e conta com 16 grupos de pesquisa cadastrados no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), envolvendo os mais variados temas como dermatologia em doenças infecciosas, doenças febris agudas, doença de Chagas, HIV e Aids, neuroinfecções, infecções fúngicas, entre outros.

Dos 511 projetos de pesquisa em andamento cadastrados na Vice-direção de Pesquisa Clínica, 112 começaram em 2020, sendo 42 destinados ao estudo do Covid-19 e 24 deles contando com financiamentos externos de instituições como a Janssen Research & Development, National Institutes of Health (EUA), Faperj, CNPq, Instituto Butantan, Ministério da Saúde ou o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), por exemplo. O Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids é quem mais concentra estudos sobre o novo coronavírus, com 11 projetos, seguido pelo Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas, com nove.

Rosely destacou ainda a importância da apresentação dos resultados de uma pesquisa, através de sua difusão, que é todo processo de veiculação da informação científica, seja através de publicações técnicas ou não e direcionadas para um público especializado ou não. Por conta da importância desta divulgação científica, a vice-diretora apresentou o crescimento das publicações científicas do INI nos últimos 34 anos (1986 a 2020), passando de 10 para 226 trabalhos indexados anualmente, com 26 deles relacionados ao Covid-19 no ano passado.

“Nós estamos, a cada dia, aumentando mais as nossas pesquisas e publicações. Isso porque somos um grupo extremamente especializado que cresceu cientificamente e vários de nossos profissionais que iniciaram as suas trajetórias no INI como estudantes hoje são doutores e lideram grupos de pesquisa. Então, o Instituto teve uma evolução bastante interessante nos últimos anos em relação à Pesquisa Clínica. Como começamos com uma vertente assistencial, no Hospital Evandro Chagas, com a reestruturação do Instituto em 1986, acabamos formando diferentes grupos de investigação e atualmente temos profissionais envolvidos nas três áreas simultaneamente: ensino, pesquisa e assistência, o que acaba refletindo no resultado positivo de nossa produção científica”, afirmou Rosely.

Confira a íntegra da palestra de Rosely Zancopé clicando aqui.

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