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03/10/2021

Papel da vigilância epidemiológica hospitalar no território é tema de conferência de abertura de curso do INI


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

Guilherme Almeida Elídio, coordenador da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar do Ministério da Saúde, ministrou a conferência que deu início às atividades do curso de Especialização em Vigilância em Saúde na Atenção Primária do INI, no dia 05 de outubro. Com o tema Vigilância em Saúde e o papel da Rede de Vigilância Epidemiológica Hospitalar no Território, o palestrante destacou, entre outros pontos, a importância da integração das ações de vigilância em saúde e da atenção primária de forma a identificar e evitar a disseminação de antigas ou novas doenças em diferentes locais. A atividade contou com as participações de Valdiléa Veloso, diretora do INI, Marília Santini, médica infectologista do Instituto e representante da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, e Mayumi Wakimoto, coordenadora do Serviço de Vigilância em Saúde da unidade.

“O INI é uma referência para todo o país no campo da vigilância e essa estratégia de continuar fortalecendo a atenção primária através da capacitação de profissionais é fundamental para a área, principalmente por conta das diferentes epidemias que surgiram nos últimos anos”, destacou Guilherme Elídio. O palestrante lembrou ainda que a melhor forma da vigilância se preparar para outras emergências em saúde pública é seguir investindo na formação dos trabalhadores da saúde, principalmente com foco na atenção primária.

Após fazer uma síntese da trajetória da vigilância em saúde no Brasil, começando no século XIX com os médicos trabalhando apenas com a perspectiva de isolamento e quarentena dos doentes, Elídio explicou que no século XX começaram a ser construídas as definições de vigilância médica, sanitária e epidemiológica. “O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica foi instituído em 1975, integrando práticas de saúde pública e medicina previdenciária. Na década de 1990 há uma expansão desse conceito, com a consolidação do SUS, fazendo com que ele englobasse doenças transmissíveis, não transmissíveis e outros agravos como acidentes e violências”, disse.

Guilherme informou que a Secretaria de Vigilância em Saúde foi instituída em 2003 pelo Ministério da Saúde, assumindo as ações das vigilâncias epidemiológica e ambiental e sendo a responsável por coordenar nacionalmente todas as ações executadas pelo SUS nas áreas de vigilância. Além disso, em 2018 foi estabelecida a Política Nacional de Vigilância em Saúde com a finalidade de contribuir para a integralidade na atenção à saúde, inserindo ações dessa vigilância em todas as instâncias e pontos da Rede de Atenção à Saúde do SUS, contemplando toda a população em território nacional, e priorizando pessoas e grupos em situação de maior risco ou vulnerabilidade, na perspectiva de superar as desigualdades sociais e de saúde.

Ao falar da Vigilância Epidemiológica Hospitalar, Guilherme Elídio explicou que ela é uma forma de fortalecimento e descentralização da vigilância epidemiológica, considerando o ambiente hospitalar como porta de entrada para o sistema e fornecedor de dados estratégicos para o conhecimento do perfil de adoecimento da população. “É através dessa atenção primária que conseguimos descobrir oportunamente novos agravos ou doenças e darmos uma resposta imediata para controlar o risco de propagação ou disseminação deles ou de eventos de interesse para a saúde que possam constituir uma emergência em saúde pública”, concluiu.

Solenidade de abertura

O curso de Especialização em Vigilância em Saúde na Atenção Primária 2021 do INI ofereceu 15 vagas para profissionais de nível superior que atuam na Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Na abertura, Valdiléa Veloso, diretora do Instituto, lembrou que a capacitação está em sua terceira edição e que mantém a perspectiva de ser ministrada anualmente. “Este é um tema que se torna cada vez mais importante e ganhou muita evidência, recentemente, por conta da pandemia de Covid-19. Precisamos lembrar que é na atenção primária que identificamos doenças que podem ter sido erradicadas e acabam por ressurgir, ou novas enfermidades, vindas inclusive de outros países. É através da confirmação diagnóstica e da notificação de casos suspeitos que vamos contribuir para uma resposta rápida por parte dos serviços de saúde”, salientou.

A diretora do INI manifestou seu desejo de que a atenção primária continue em expansão pelo país, aumentando a cobertura territorial e que, cada vez mais, os profissionais de saúde se capacitem no campo da vigilância em saúde. Por fim, agradeceu ao secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, por reconhecer a importância e o papel do INI na organização e implementação do curso voltado para a atenção primária em saúde dos profissionais da SMS-RJ.

A médica infectologista do INI e representante da Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Marília Santini, lembrou que o curso vem se aperfeiçoando constantemente por conta dos eventos recentes em saúde. “Estamos nessa corrida da vigilância nos últimos anos pois tivemos uma série de agravos como dengue, zika, chikungunya, febre amarela e agora a covid-19, que trouxeram uma experiência bastante proveitosa para o curso e que ajudará aos profissionais na detecção mais precoce de situações potencialmente pandêmicas no futuro”, ponderou.

Por fim, a coordenadora da Especialização e do Serviço de Vigilância em Saúde do Instituto, Mayumi Wakimoto, ressaltou que o curso objetiva formar profissionais críticos e reflexivos para atuarem nos desafios que se colocam no futuro, contribuindo para desenvolver ações de vigilância em todas as regiões da cidade do Rio de Janeiro.  “Sabemos que a expansão da atenção primária recentemente no município reforça a integração entre as ações de vigilância e de atenção à saúde, permitindo a obtenção de dados mais precisos e uma melhor avaliação do contexto de risco e dos determinantes de saúde em diferentes localidades”, afirmou.

Assista a íntegra da abertura do curso de Especialização em Vigilância em Saúde na Atenção Primária na tela abaixo ou pelo canal do INI no YouTube.

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