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23/06/2020

Pesquisa do INI concorre ao Prêmio Capes de Tese 2020


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

A tese de doutorado Caracterização de proteínas e antígenos nas diferentes fases do ciclo biológico do fungo Histoplasma capsulatum, de Marcos de Abreu Almeida, foi selecionada para concorrer ao Prêmio Capes de Tese 2020. O estudo, orientado pelos pesquisadores Rosely Maria Zancopé Oliveira, vice-diretora de Pesquisa Clínica, e Rodrigo de Almeida Paes, ambos do Laboratório de Micologia do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), foi defendido em 2019 no Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, e teve como objetivo identificar proteínas que possam colaborar para novos métodos diagnósticos para a histoplasmose, doença considerada endêmica ou potencialmente endêmica em quase cem países do mundo. A divulgação dos trabalhos vencedores ocorrerá em dezembro de 2020.

O Histoplasma capsulatum é o agente etiológico da histoplasmose, uma importante micose sistêmica com distribuição cosmopolita. Trata-se de um fungo dimórfico, que se apresenta nas fases de micélio (M) ou levedura (L), característica importante para sobrevivência fúngica em diferentes ambientes e relacionado com a virulência e patogenicidade. Estudos do proteoma e a caracterização de prováveis proteínas antigênicas de H. capsulatum são pouco explorados pelos pesquisadores.

No trabalho apresentado por Marcos de Abreu Almeida foi utilizada a espectrometria de massas para avaliar o perfil proteômico das fases de micélio e levedura de H. capsulatum. Comparadas as duas fases, 440 proteínas foram mais abundantes em levedura, com destaque para enzimas relacionadas ao ciclo de Krebs e resposta ao estresse por temperatura, e 388 em micélio, entre as quais estão algumas relacionadas à glicólise e à fermentação alcoólica.

Segundo Marcos, “as fases miceliana e leveduriforme de H. capsulatum apresentam perfis proteômicos distintos, indicando significativa diferença no metabolismo global de ambas as fases. A presença de enzimas específicas indica que o H. capsulatum utiliza preferencialmente a degradação de glicose e de ácidos graxos como fonte de energia anaeróbica na fase saprotrófica, enquanto que na fase parasitária obtém energia de forma aeróbica a partir da degradação de aminoácidos”, destacou.

O autor conseguiu identificar, ao final de sua pesquisa, três proteínas que reagiram apenas contra soros de pacientes com histoplasmose e que podem ser potenciais alvos antigênicos, indicando assim a possibilidade da utilização deles em novos métodos diagnósticos para a doença.

Histoplasmose

A histoplasmose é uma infecção causada pela inalação de esporos do fungo Histoplasma capsulatum, comumente encontrado em fezes de pássaros e morcegos, podendo ser assintomática ou provocar um estado gripal brando, não requerendo assistência médica. A doença pode causar quadros respiratórios graves, capazes de evoluir para uma insuficiência respiratória, ou uma doença disseminada, dependendo do tamanho do inóculo envolvido na infecção e do status imunológico do indivíduo afetado. Dificuldades no controle da doença incluem sua semelhança com quadros de tuberculose e a baixa suspeição diagnóstica, além da limitação de ferramentas diagnósticas e de acesso a melhores tratamentos.

Sobre o autor da tese

Marcos de Abreu Almeida possui graduação em Ciências Biológicas, é mestre e doutor em Ciências pelo Programa de Pós-graduação Stricto sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do INI/Fiocruz. Atualmente opera como técnico no Laboratório de Micologia do Instituto, desenvolvendo atividades relacionadas a produção de antígenos fúngicos e desenvolvimento, validação e realização de testes sorológicos para detecção de antígenos e anticorpos em amostras biológicas no diagnóstico das micoses sistêmicas.

Prêmio Capes de Tese

Criado em 2005, o Prêmio Capes de Tese é constituído pelo Prêmio Capes de Tese e o Grande Prêmio Capes de Tese, sendo outorgado anualmente em reconhecimento aos melhores trabalhos de doutorado aprovadas nos cursos de pós-graduação adimplentes e reconhecidos no Sistema Nacional de Pós-Graduação. É resultado de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Fundação Carlos Chagas, a Comissão Fulbright e o Instituto Serrapilheira. O prêmio principal é oferecido ao melhor trabalho de cada uma das três grandes áreas: Ciências da Vida, Humanas e Exatas.

Os autores das teses selecionadas receberão uma bolsa de estágio pós-doutoral em instituição nacional; seu orientador, um prêmio para participação em evento acadêmico-científico nacional, no valor de R$ 3 mil. Dos trabalhos selecionados no Grande Prêmio, o orientador receberá R$ 9 mil para participação em congresso internacional e o autor ganhará uma bolsa para estágio pós-doutoral de 12 meses em uma instituição internacional.

Duas teses em cada uma das áreas também são agraciadas com Menção Honrosa.

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