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15/05/2019

Pesquisador da David Geffen School of Medicine ministra palestra sobre manejo de casos desafiadores na prevenção do HIV e de outras DST´s


Juana Portugal

Raphael J. Landovitz, professor associado da Divisão de Doenças Infecciosas da David Geffen School of Medicine, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), ministrou a palestra "Manejo Clínico em Prevenção do HIV e das DST´s: discussão de casos desafiadores", no último dia 07 de maio, lotando o auditório do Pavilhão de Ensino do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). “Raphael é uma das maiores autoridades em Profilaxia Pré-Exposição na atualidade e um dos coordenadores de um estudo pioneiro que utiliza medicação injetável de longa duração na PrEP. Ele é um pesquisador de grande experiência na área e a melhor pessoa para discutir questões clínicas sobre o uso de PrEP”, destacou Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do INI.

No início de sua palestra, Landovitz relembrou os princípios que levaram ao desenvolvimento da PrEP, destacando a resistência enfrentada por pioneiros como o pesquisador Robert Grant, considerado pai da Profilaxia Pré-Exposição. “Antes da divulgação dos resultados do estudo IPrex, em 2010, todo mundo pensou que a PrEP era uma má ideia. Afinal, por que receitar a uma pessoa saudável medicamentos que podem ter efeitos colaterais, toxicidade e gerar resistência?” Na época diversos estudos clínicos já sinalizavam que quanto menor o tempo decorrido entre a exposição e a ingestão da PrEP, mais protegidos estavam os indivíduos. “Sabendo que o fator mais importante era minimizar o tempo entre a exposição e a ingestão dos remédios, por que não tomar o remédio antes de ser exposto? Esse foi o raciocínio que levou ao estudo da PrEP”, explicou Landovitz.

Para o pesquisador americano o número de casos clínicos difíceis vem se apresentando com uma frequência cada vez maior. “Às vezes a PrEP é fácil, mas às vezes é muito difícil. Hoje vou falar sobre alguns casos bastante complicados. Frequentemente, como em tantos outros aspectos da medicina, precisamos tomar boas decisões clínicas com pouca ou nenhuma evidência como base”, ponderou.

Após apresentar as características clínicas consideradas ideais nos candidatos a utilizar a PrEP, Landovitz trouxe cinco casos clínicos com diversos cenários desafiadores para os infectologistas que trabalham com a prevenção da infecção por HIV.  O pesquisador discutiu com a plateia histórias clínicas que envolviam fatores diversos como: cirurgia bariátrica (que compromete a absorção de medicamentos), predisposição a osteoporose e complicações renais (que podem surgir ou agravar-se), infecções recorrentes com outras DST´s e um resultado positivo na testagem durante o uso da PrEP, entre outros.

HPTN 083

Raphael Landovitz e Beatriz Grinsztejn coordenam o HPTN 083, estudo clínico pioneiro que está verificando a eficácia do Cabotegravir injetável como Profilaxia Pré-Exposição ao HIV. A pesquisa, conduzida em parceria, testa se o uso do medicamento a cada oito semanas é tão eficaz para prevenir o HIV quanto a medicação oral de uso diário atualmente utilizada para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP). O HPTN 083 é o primeiro ensaio clínico em larga escala de um medicamento injetável de ação prolongada com potencial para ser usado na prevenção ao HIV. Além do Brasil, o estudo está sendo implementando na Argentina, no Peru, nos Estados Unidos, na África do Sul, na Índia, na Tailândia e no Vietnã.

Raphael J. Landovitz 

Formado em Química pela Universidade de Princeton e em Medicina pela Harvard Medical School, Landovitz completou o estágio, a residência e serviu como Residente-chefe em Medicina Interna no Hospital Brigham and Women, além de ter sido bolsista na área de Doenças Infecciosas no Hospital Brigham and Women e no Hospital Geral de Massachusetts. Atuou também como codiretor médico da Vietnam-CDC-Harvard Medical School-AIDS-Partnership (VCHAP), ajudando a treinar médicos vietnamitas no tratamento do HIV. Em 2006 ele se juntou ao UCLA Center for Clinical AIDS Research and Education (CARE), onde atua como clínico em doenças infecciosas e HIV e investigador clínico.

Atualmente é professor associado da Divisão de Doenças Infecciosas da David Geffen School of Medicine da UCLA, Diretor Associado do UCLA Center for Clínical Aids Research and Education (CARE), Codiretor do UCLA Center for HIV Identification, Prevention and Treatment Services (CHIPTS). Como pesquisador estuda a prevenção do HIV (incluindo profilaxia pré e pós-exposição e outras estratégias combinadas de prevenção) e o impacto dessas intervenções de prevenção sobre o comportamento de risco.

Landovitz trabalha com as redes de estudos clínicos da Divisão de AIDS financiadas pelo National Institutes of Health dos Estados Unidos (NIH) para tratamento e prevenção do HIV. Ele liderou numerosos estudos clínicos e atualmente lidera os estudos do NIH para o desenvolvimento do Cabotegravir injetável de ação prolongada para a prevenção do HIV (HPTN 083).

Em 2010 foi premiado com o John Carey Young Investigator Award pelo AIDS Clinical Trials Group e, em 2017, recebeu o Research Award da American Association of HIV Medicine. Landovitz é autor de mais de 100 publicações, incluindo artigos na revista AIDS, no The New England Journal of Medicine, na PLoS Medicine e no Journal of American Medical Association.

*com informações do HPTN083

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