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13/10/2021

Projeto do INI é selecionado em edital da Faperj sobre Medicina de Precisão


Texto: Antonio Fuchs e Juana Portugal/ Edição: Juana Portugal

Roberto Magalhães Saraiva, pesquisador do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI, teve o projeto Abordagens ômicas para pesquisa clínica na progressão da doença de Chagas humana: genômica, metabolômica e perfil miRNA, selecionado no edital da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O edital tem como objetivo financiar pesquisas e desenvolvimento tecnológico em Medicina de Precisão, que alia dados utilizados rotineiramente para diagnóstico e tratamento de doenças (sinais, sintomas, história pessoal/familiar e exames) ao perfil genético de cada indivíduo.

Segundo Roberto Saraiva, uma das maiores lacunas sobre o conhecimento da infecção pelo Trypanossoma cruzi está em identificar quais pacientes irão progredir para a cardiomiopatia chagásica crônica ou mesmo se continuarão assintomáticos durante a infecção crônica. Estudos recentes apontam para o uso das metodologias ômicas (conjunto de técnicas moleculares que auxiliam na compreensão das diferentes moléculas biológicas que dão funcionalidades a um organismo) como ferramentas promissoras para melhor conhecimento das inúmeras vias dos sistemas biológicos, interação medicamentosa, diagnóstico e terapia, aliada a medicina de precisão, que tem por objetivo personalizar e individualizar o diagnóstico e a terapia.

“Estes conceitos ainda são pouco difundidos nas doenças infecciosas, como as parasitárias, tão relevantes no Rio de Janeiro e no Brasil. A identificação de milhares de polimorfismos de base única (SNP), a expressão do perfil completo de microRNA (miRNA) e do perfil completo dos metabolólitos, resultados da interação parasita-hospedeiro e importantes na fisiopatologia da doença de Chagas, ainda não foram totalmente esclarecidos. Assim, nesta proposta temos como objetivo a análise conjunta do perfil de expressão de miRNA, SNPs e metabolômica em grupo de pacientes de doença de Chagas”, destacou o pesquisador.

Ainda segundo Saraiva, o estudo pode permitir não somente identificar biomarcadores envolvidos na fisiopatologia cardiovascular e aqueles regulados por medicamentos cardioprotetores, mas poderá também auxiliar na conduta clínica, promover melhor qualidade de vida aos pacientes e validar marcadores de prognóstico e/ou de progressão que possam identificar alterações cardíacas iniciais, além de colaborar com o desenvolvimento de novas terapias.

O projeto Abordagens ômicas para pesquisa clínica na progressão da doença de Chagas humana: genômica, metabolômica e perfil miRNA tem como integrantes da equipe: Andréa Rodrigues da Costa, Alejandro Marcel Hasslocher-Moreno, Marcelo Holanda, Luiz Henrique C Sangenis, Gilberto Marcelo Sperandio da Silva, Mauro Mediano (entre outros membros do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do INI), Maria da Glória Bonecini de Almeida e Eric Henrique Roma de Lima (ambos do Laboratório de Imunologia e Imunogenética em Doenças Infecciosas do INI), Tania Araújo-Jorge e Roberto Ferreira (Laboratório de Inovações em Terapias, Bioensaios e Bioprodutos do Instituto Oswaldo Cruz - IOC), Joseli Lannes-Vieira (Laboratório de Biologia das Interações - IOC), Cristiana C. Garcia (Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo - IOC), Fernanda de S. G. Kehdy (Laboratório de Hanseníase - IOC) e Ademir Batista da Cunha (Universidade Federal Fluminense - UFF).

Segundo a Faperj, o edital financiou projetos de pesquisa ômica - relacionadas a estudos de DNA (genômica), RNA (transcriptômica), proteínas (proteômica) e metabólitos (metabolômica) - em doenças infecciosas e parasitárias, em doenças crônico-degenerativas, em doenças raras, bem como a pesquisa em treinamento de máquina (machine learning) e inteligência artificial aplicados à diagnósticos de doenças, a criação de Biobancos e sistemas de registro eletrônico de dados e bancos de dados, e a Farmacogenômica. Os grupos de pesquisa financiados deverão desenvolver, no prazo de três anos, trabalhos em rede, utilizando a infraestrutura já disponível nas Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) no Estado do Rio de Janeiro, visando implantar a Medicina de Precisão na prática clínica, de forma a trazer benefícios à população fluminense.

A lista com todos os pesquisadores selecionados pode ser conferida aqui.

* Com informações da Faperj

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