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03/07/2017

INI recebe visita de comitiva chinesa


Antonio Fuchs

Como parte da missão de uma delegação chinesa que esteve na Fiocruz discutindo futuras parcerias, três especialistas em saúde do Center for Disease Control and Prevention Chinês (China CDC) visitaram o hospital Evandro Chagas, o Pavilhão Maria Deane e o novo prédio de laboratórios do INI no último dia 27 de junho. George Gao, Liu Lei e William Liu, acompanhados do coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel e do pesquisador do CDTS/Fiocruz Thiago Moreno, foram guiados nas instalações do Instituto pela vice-diretora de Pesquisa Clínica, Rosely Zancopé.

“Nós acreditamos que a inserção do INI nessa futura colaboração entre a Fiocruz e vários centros científicos da China possa ocorrer dentro das mais diversificadas linhas de pesquisa, uma vez que eles tragam sua expertise tecnológica, principalmente na parte de sequenciamento de nova geração de vírus, fungos e bactérias. Isso nos interessa bastante porque, dentro do diagnóstico das doenças, nós temos a necessidade de conhecer essas novas tecnologias para agregar conhecimentos em busca de tratamentos inovadores”, destacou Rosely.

Durante a visita ao Hospital Evandro Chagas, os três especialistas chineses tiveram a oportunidade de compreender melhor a participação do INI no combate à epidemia de febre amarela silvestre e urbana que o Brasil enfrentou em 2017, visualizando amostras em microscópios e conhecendo como foram feitas as análises no Instituto. A pesquisadora Marilia Santini também acompanhou a comitiva e participou, na manhã do dia 27, da mesa redonda O que aprendemos com as epidemias de ebola e zika?, no Instituto Oswaldo Cruz. “Durante o encontro no IOC, dois especialistas chineses apresentaram algumas metodologias para o desenvolvimento de alternativas terapêuticas voltadas para as doenças infecciosas que, se efetivamente chegarem até a fase clínica, serão muito interessantes para nós aqui do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Essa parceria da Fiocruz com a China poderá fazer com que nós participemos de novos estudos clínicos com esses compostos”, explicou.

Na mesa redonda (saiba mais aqui), os pesquisadores do Center for Disease Control and Prevention (China CDC) George Gao e William J. Liu, refletiram sobre as possibilidades de cooperação em estudos sobre o vírus zika, além de relatarem a experiência adquirida pelo CDC em Sierra Leone, no período de 2014 a 2016, durante o surto de ebola na região. Na ocasião o CDC China participou do desenvolvimento de uma plataforma capaz de detectar inúmeros vírus (zika, ebola, febre amarela, dentre outros) até dos estudos realizados sobre a persistência do vírus em sobreviventes, sua imunologia e estrutura biológica.

Na primeira exposição, proferida por William Liu sobre o ebola, os pesquisadores do INI, José Cerbino Neto e Marilia Santini, foram os debatedores convidados para esclarecer questões sobre os procedimentos adotados pelo CDC China durante a epidemia em Sierra Leone. Já na temática da zika, apresentada por George Gao, os pesquisadores Thiago Moreno (CDTS/Fiocruz), José Cerbino Neto e Patrícia Brasil, ambos do INI, relataram as experiências brasileiras com a epidemia no ano de 2017.

Parceria Fiocruz x China

A parceria com a China vem sendo construída através do coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz), Carlos Morel, a partir de suas visitas ao país oriental. “Tanto Brasil quanto China vêm sofrendo episódios muito importantes de epidemias e temos muito a acrescentar, um ao outro, em termos de experiência. Hoje, a China está muito bem preparada para enfrentar tais epidemias e promover pesquisas em busca de novas tecnológicas para a saúde”, afirmou.

Segundo Morel, a China está em fase de preparação para instalar vários laboratórios de nível de Biossegurança 4 (laboratório de contenção máxima), destinados à manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de segurança, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas no país. O Brasil não conta com nenhum laboratório desse tipo atualmente.

“A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, está extremamente entusiasmada com a parceria. Eles possuem uma estrutura epidemiológica, científica, de computação e de sequenciamento imensa. Nós temos problemas comuns e podemos aproveitar toda essa gama de serviços que eles têm a oferecer. Quando vi a capacidade técnica e científica deles e os trabalhos recentes com zika e ebola, percebi que temos muito em comum nessas mesmas linhas de pesquisa e comecei a elaborar esse convênio científico”, lembrou Carlos Morel.

Durante a vinda da comitiva chinesa à Fiocruz, além de destacarem a importância estratégica da troca de conhecimento acumulado em doenças infecciosas entre os países, visando uma parceria para os próximos cinco a dez anos, os especialistas falaram sobre a valorização do papel dos países que formam o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na comunidade científica internacional.

“Essa colaboração é uma oportunidade de reforçarmos o papel do bloco de países que compõem o Brics, como uma alternativa ao grupo mais tradicional de instituições de pesquisa dos Estados Unidos e Europa”, destacou Paulo Buss, coordenador do coordenador do Centro de Relações Internacionais (CRIS/Fiocruz).

* Com informações da Agência Fiocruz de Notícias

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