• Diminuir tamanho do texto
  • Tamanho original do texto
  • Aumentar tamanho do texto
  • Ativar auto contraste
Selecione uma tarefa

Início do conteúdo

11/05/2021

Vice-diretor de Serviços Clínicos do INI participa de seminário sobre Febre Viral Trombótica


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

Estevão Portela Nunes, vice-diretor de Serviços Clínicos do INI, participou, no dia 29 de abril, do seminário virtual Febre Viral Trombótica (FVT) (Covid-19): Aprendizados e Desafios, organizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Em sua exposição, o médico infectologista abordou as variantes de preocupação em circulação no Brasil e no mundo do SARS-CoV-2. A atividade foi coordenada por Otília Lupi, pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do INI. Também presente ao evento, o chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Medicina Intensiva do Instituto, Fernando Bozza, mediou a mesa Long Covid-19: o que sabemos até agora. Assista a palestra completa de Estevão Portela no Canal do INI no YouTube.

Ao falar dos aspectos do Covid-19 e suas variantes, Estevão Portela destacou que elas ocorrem por conta de uma epidemia fora de controle em diferentes locais do planeta, acarretando numa série de fatores que viabilizam as mutações do vírus. “O que os cientistas buscam saber sobre as variantes é se elas possuem uma transmissibilidade maior, trazendo mais impactos para a sociedade, e se há necessidade de medidas ainda mais restritivas de prevenção. Elas vão causar formas mais graves da doença? Há um risco de reinfecção? Afetarão um sistema imunológico que já foi, de alguma forma, atingindo por outras cepas? A eficácia das vacinas será comprometida? São questões complexas que interagem entre elas e para as quais ainda não temos respostas definitivas para fornecer”, explicou o pesquisador.

O vice-diretor do INI destacou três variantes de preocupação do novo coronavírus em sua exposição: a B.1.1.7, do Reino Unido; a B.1.351, da África do Sul; e a P.1, do Brasil. A mutação do Reino Unido apresenta, aparentemente, uma maior transmissibilidade em relação ao SARS-CoV-2, que chega a ser, em média, 50% mais alta que o vírus original, e a carga viral é maior nos pacientes acometidos por ela. “Entretanto, não foi estatisticamente significativo o aumento na apresentação mais grave da doença, conforme a escala de risco da Organização Mundial da Saúde, quando os pacientes precisam de algo a mais do que oxigênio de baixo fluxo”, salientou.

Na variante africana, o modelo de transmissibilidade mostrou que se não houvesse nenhuma mutação no vírus, provavelmente haveria uma queda da taxa de transmissão na região. Entretanto, ela foi capaz de reinfectar pacientes previamente expostos às não variantes do vírus, mas algumas análises feitas não demonstraram um aumento na sua letalidade. Segundo Estevão, “a grande preocupação é o escape imunológico com relação a uma das vacinas existentes, que não conseguiu se mostrar estatisticamente mais efetiva em comparação ao placebo nos ensaios clínicos realizados”.

No Brasil, a virulência da variante P1 ainda é desconhecida, bem como a resposta vacinal. “Será que o acometimento em jovens ocorre por conta da maior circulação dessa variante? Existe uma maior letalidade para ela e como isso vai impactar a eficácia das vacinas? Não temos clareza com relação a esses dados ainda. Precisamos de mais estudos. Mesmo com uma taxa de letalidade mais baixa, o número de casos é tão grande que acaba fazendo com que esses jovens se infectem mais. Há um volume muito grande de pacientes internados entre 25 e 55 anos”, alertou o infectologista.

Por fim, Estevão falou brevemente sobre alguns estudos publicados no New England Journal of Medicine com anticorpos monoclonais que, se ministrados precocemente, podem diminuir a carga viral da doença nos pacientes e que o monitoramento de novas variantes, como as da Califórnia e Índia, prosseguirão por pesquisadores de todo o mundo no trabalho constante e coletivo para combater esta pandemia.

Participação do INI no evento

Além da coordenação da pesquisadora Otília Lupi, na mesa apresentada por Estevão Portela, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas também esteve presente no seminário virtual Febre Viral Trombótica (FVT) (Covid-19): Aprendizados e Desafios com a moderação do chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Medicina Intensiva do Instituto, Fernando Bozza, na mesa Long Covid-19: o que sabemos até agora, que teve como expositora Linamara Rizzo Battistella, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Bozza explicou que o tema abordado trouxe diferentes visões neurológicas e físicas sobre as consequências resultantes na saúde dos pacientes acometidos pelo novo coronavírus.

Confira a íntegra do seminário Febre Viral Trombótica (FVT) (Covid-19): Aprendizados e Desafios clicando aqui.

Voltar ao topoVoltar