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A busca ativa como estratégia de prevenção de casos graves de Leishmaniose Visceral

A busca ativa como estratégia para fazer frente aos desafios impostos no novo cenário epidemiológico que surge devido à expansão territorial das Leishmanioses no Brasil, essa foi proposta apresentada pelo pesquisador Mauro Marzochi, do Laboratório de Vigilância de Leishmanioses do INI, durante sua intervenção no ChagasLeish 2018 [1], reunião satélite do MedTrop 2018 [2]. Para Marzochi, políticas de acompanhamento com ênfase de busca ativa são o caminho para evitar casos graves e desfechos fatais de Leishmaniose Visceral Humana.

"A doença evolui progressivamente e vai comprometendo o organismo do indivíduo sem que a família ou o paciente percebam sua gravidade e por isso não procuram atendimento. A estratégia da busca ativa propõe utilizar um instrumento que já está presente no Sistema Único de Saúde, o Programa Saúde da Família como forma de prevenção", explicou o pesquisador. Ao visitar as residências, o Agente de Saúde pode detectar casos suspeitos da infecção - pacientes que apresentem febre contínua por duas ou mais semanas - e fazer o encaminhamento para o centro de saúde promovendo um diagnóstico e tratamento precoces. "A oficialização dessa estratégia como forma de controle é a nossa reivindicação, pois a Leishmaniose Visceral é uma doença que vem se urbanizando e aparecendo em lugares onde é desconhecida pelos centros de saúde e pela população", concluiu.

A mesa "Novos Cenários Clínico-Epidemiológicos que emergem com a expansão da Leishmaniose Visceral [3]", coordenada por Dorcas Lamounier Costa, descreveu a evolução territorial da doença detalhando seu avanço nas regiões sul e sudeste. "No passado a Leishmaniose estava confinada nas regiões norte e nordeste e agora está mostrando essa tendência de avanço, inclusive em regiões de mata atlântica de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que eram considerados imunes", destacou a coordenadora. Diferenças genéticas no parasita foram apresentadas como um caminho para entender o avanço da doença nos territórios, na infecção de insetos vetores e nas características clínicas da evolução dos pacientes. Encerrando a atividade foi destacado o grande impacto que este agravo representa na saúde da população indígena.

Leishmaniose Visceral

A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. Os transmissores são insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.

Saiba mais sobre a doença, seus sintomas, tratamento e prevenção acessando o site do Ministério da Saúde. Clique aqui [4].

Fotos: Juana Portugal

Palavra-chave: 
Medicina Tropical 2018 [5]
MedTrop 2018 [6]
Crédito: 
Texto: Juana Portugal
Galeria de imagens: 
Chamada para destaque: 
Mauro Marzochi, pesquisador do Laboratório em Vigilância de Leishmanioses do INI, destacou o tema no MedTrop 2018 em mesa dedicada ao novo cenário promovido pela expansão da doença no país
Imagem para destaque: 
Data de publicação: 
09/04/2018

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Links
[1] http://medtrop2018.com.br/texto.php?t=ChagasLeish [2] http://medtrop2018.com.br/ [3] http://medtrop2018.com.br/arquivos/medtrop-chagas-03.pdf [4] http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/leishmaniose-visceral [5] https://www.ini.fiocruz.br/tags/medicina-tropical-2018 [6] https://www.ini.fiocruz.br/tags/medtrop-2018