INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas

A dissertação de Mestrado de Anna Carolina Procópio de Azevedo conquistou o segundo lugar na categoria Dissertações e Teses dos trabalhos científicos apresentados no 75º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ocorrido entre os dias 25 e 28 de agosto em São Paulo (SP). O estudo “Avaliação da casuística histórica de esporotricose humana com manifestações cutâneas de reação de hipersensibilidade do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, 2005 a 2018”, orientado pelo médico dermatologista e pesquisador Dayvison Freitas, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa do INI, foi defendido em fevereiro de 2020.

Dayvison representou a orientanda no recebimento do prêmio e na apresentação oral do trabalho no evento que estava previsto para ocorrer em 2020, mas em decorrência da pandemia da covid-19, foi adiado para este ano. O pesquisador destacou que o trabalho de Anna foi uma parceria dos Laboratórios de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa e de Micologia, e envolveu uma grande equipe, contando inclusive com a colaboração de um estatístico. Na sua fala, em seu nome e em nome da aluna, Dayvison dedicou o prêmio aos pacientes “pois eles nos confiam sua saúde contribuem com o avanço no conhecimento da esporotricose”.

Segundo o pesquisador, as reações cutâneas de hipersensibilidade implicam em maior dificuldade diagnóstica da esporotricose e podem levar a sintomas agudos bastante incapacitantes, felizmente reversíveis com o correto diagnóstico e tratamento. “Anna é uma aluna dedicada e está desenvolvendo um trabalho no doutorado para ajudar a entender características do fungo que possam explicar em parte o motivo para que essas reações aconteçam”, elogia.

O mestrado de Anna Carolina também rendeu a publicação de um artigo científico no British Journal of Dermatology, com o título: Hypersensitivity reactions in sporotrichosis: a retrospective cohort of 325 patients from a reference hospital in Rio de Janeiro, Brazil (2005–2018).

Atualmente Anna Carolina dá seguimento a sua formação acadêmica como aluna do Doutorado do Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do INI, tendo novamente Dayvison como seu orientador. Confira a seguir a entrevista com Anna.

ACS -  O que te fez escolher e estudar esporotricose no mestrado do INI?

Anna Carolina Procópio - Eu me lembro de ficar encantada com o campus da Fiocruz, quando fiz um passeio de escola. Desde aquele dia, meu sonho era fazer parte da pesquisa na Fundação. Então, quando surgiu a oportunidade de fazer estágio ingressei através do Laboratório de Micologia do INI, com um projeto sobre esporotricose. Logo depois apareceu a chance de dar continuidade ao estudo da doença no mestrado e não pensei duas vezes. É muito atrativa a ideia de pesquisar a esporotricose e, de alguma forma, contribuir para a sua melhor compreensão e, possivelmente, para um melhor manejo dos pacientes.

ACS -  Quais são os seus planos para o futuro, quando terminar o Doutorado?

Anna Carolina Procópio - Gostaria muito de seguir com essa linha de pesquisa, possivelmente em um pós-doutorado. Até porque todo trabalho científico, além de servir como base para outras pesquisas, leva a novas perguntas que querem ser respondidas. 

ACS - Em relação ao prêmio, gostaria de fazer uma menção a alguém, algum agradecimento especial?

Anna Carolina Procópio - Primeiramente eu gostaria de agradecer ao meu orientador, Dayvison Freitas. Em um momento de dificuldade, ele me apoiou muito e sem ele não teríamos feito esse trabalho tão lindo, que ele prontamente apresentou no congresso. Eu gostaria também de agradecer aos pacientes que tanto contribuíram e contribuem com o avanço no conhecimento da esporotricose. E à minha família, que sempre me apoiou e me incentivou nos estudos.