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04/04/2024

Artigo sobre esporotricose de pesquisadores do INI/Fiocruz destaca desafios e avanços na Saúde Pública


Karina Burini | Ed.: Alexandre Magno

O artigo “The present and future research agenda of sporotrichosis on the silver anniversary of zoonotic sporotrichosis in Rio de Janeiro, Brazil” publicado na revista científica “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”, é fruto de um estudo de 25 anos sobre a esporotricose humana, realizado pelos pesquisadores e pesquisadoras dos laboratórios de Micologia e Dermatologia Infecciosa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz).

O artigo revela avanços significativos e desafios persistentes no combate a esporotricose, que é causada por algumas espécies do gênero Sporothrix, tem afetado animais e humanos globalmente, sendo mais comum em regiões tropicais e subtropicais.

Os resultados do estudo, conduzido ao longo de duas décadas e meia, destacam que a doença é frequentemente transmitida pelo contato com solo contaminado e material vegetal (como gravetos e espinhos), podendo ser transmitida por mordidas ou arranhões de gatos infectados, caracterizando-se como uma zoonose.

“Ao longo dos anos, houve um aumento significativo no número de casos da doença relatados, atribuído a diversos fatores, incluindo maior conscientização, mudanças ambientais e urbanização”, destaca o médico e pesquisador do Laboratório de Dermatologia Infecciosa, Antonio Francesconi, um dos autores do artigo. Ele lembra que entre 1974 e 1997 ele atendeu somente 13 casos, mas nos últimos anos, o número pulou para mais de 6 mil casos.

Apesar dos avanços na compreensão e manejo da doença, desafios persistem. Métodos diagnósticos rápidos e eficazes, especialmente para formas disseminadas, são necessários. Além disso, o tratamento das formas graves continua sendo um desafio, requerendo cuidados multidisciplinares e novos medicamentos.

A médica, pesquisadora, uma das autoras e revisora do artigo, Maria Clara Gutierrez Galhardo, destaca que um dos desafios mais urgentes “é o destino dos gatos infectados, já que muitos são abandonados, perpetuando a disseminação da doença. É essencial corrigir percepções equivocadas sobre o papel dos gatos na transmissão da esporotricose, pois o fungo é oriundo do solo, o gato entra na cadeia epidemiológica como elemento mais vulnerável e esse elo de transmissão se mantem quando medidas eficazes de controle não são tomadas”, alerta.

Neste aniversário bodas de prata da esporotricose zoonótica no Rio de Janeiro, é crucial reconhecer os progressos alcançados e redobrar os esforços para enfrentar os desafios restantes.

O chefe do Laboratório de Micologia do INI, Rodrigo Paes, autor principal do artigo alerta: “a esporotricose não é mais apenas uma preocupação acadêmica, mas uma questão de saúde pública que exige a colaboração de todos os setores da sociedade”, afirma.

Os pesquisadores afirmam que o Brasil emergiu como líder em pesquisas sobre esporotricose, colaborando com outros 45 países, sendo o INI referência no estudo e na pesquisa sobre o tema, e para atendimento dos casos da doença no estado do Rio de Janeiro.

Para ler o artigo na íntegra, clique aqui

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