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24/05/2019

Comissária para a Discriminação Sexual da Austrália visita o INI


Texto e Fotos: Juana Portugal

Valdiléa Veloso, diretora do INI, e Beatriz Grinsztejn, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids (LapClin Aids), receberam Kate Jenkins, Comissária para Discriminação Sexual da Austrália, em visita oficial no dia 23 de maio. A pauta do encontro abrangeu a política de inclusão feminina na área acadêmica e sua aplicação no cotidiano de trabalho, a apresentação do Laboratório e as linhas de pesquisa dedicadas à mulher. A visita foi acompanhada por Julia Thomson, assistente de Pesquisa e Políticas Públicas da Embaixada da Austrália no Brasil, e por Maria Inês Fernandes, assessora da presidência da Fiocruz.

LapClin Aids: o maior centro de pesquisa em HIV e Aids do Brasil

“O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas começou a oferecer assistência a pacientes com Aids no final da década de 80, por conta do crescimento da epidemia no Brasil, e o LapClin Aids surgiu em seguida devido à necessidade de estabelecer serviços onde as pessoas diagnosticadas com HIV pudessem ser acompanhadas”, explicou Beatriz, lembrando que na época não havia muitos serviços com esse perfil no Rio de Janeiro. “Fomos um dos serviços pioneiros e nós, a partir desse momento, desenvolvemos a assistência e pesquisa ao HIV. Um trabalho que resultou no desenvolvimento de um grande polo de atenção à saúde das pessoas vivendo com HIV. Atualmente somos o maior centro de pesquisa do país em HIV e Aids”, afirmou a pesquisadora.

Pesquisa de e para mulheres

No que se refere ao estímulo da participação feminina na carreira científica, Beatriz enfatizou que ter atividades de mentoria e orientação, de e para mulheres, é uma das prioridades no Laboratório. Após detalhar a participação feminina na equipe do LapClin Aids, Beatriz apresentou o trabalho com a Coorte de mulheres vivendo com HIV/Aids, uma linha de pesquisa que teve início na década de 90. “Acompanhamos mais de 1200 mulheres, o que permite ter estudos em áreas importantes como saúde reprodutiva, câncer cervical, envelhecimento, comorbidades nas mulheres vivendo com HIV/Aids, violência doméstica, entre outros temas”, explicou.

Em seguida, a pesquisadora descreveu o trabalho desenvolvido com a Coorte de mulheres travestis e transexuais. “Nos últimos cinco anos ampliamos as nossas atividades para incluir essa linha de pesquisa. Nela temos projetos e assistência que envolvem o cuidado com uma equipe multidisciplinar, incluindo saúde mental e endocrinologia. O nosso objetivo é oferecer uma série de especialidades médicas que aumentam as chances de que elas possam ter acesso aos serviços de saúde. Esta é uma questão muito importante porque o acesso delas é muito limitado por conta de estigma e discriminação”, explicou, destacando também uma série de atividades não médicas que visam aumentar a adesão dessas mulheres. “São atividades lúdicas que não falam de doença e promovem a empatia pelos serviços que oferecemos, propiciando um bom ambiente de convívio para essa população”, concluiu.

Após encerrar a visita ao LapClin Aids, Beatriz Grinsztejn e Kate Jenkins participaram de uma reunião na Residência Oficial. O encontro reuniu pesquisadoras de diversas unidades, representantes do Grupo de Trabalho Mulheres e Meninas na Ciência, do Comitê Pró Equidade de Gênero e Raça e da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Fiocruz. Durante o encontro Jenkins afirmou que a Austrália também lida com o problema da pouca representação feminina na área científica. “Além disso, tem o problema da diversidade. As mulheres que ingressam neste campo, em geral, são brancas. Faltam mulheres aborígenes, imigrantes e mulheres com deficiência (...). O Brasil é uma liderança no aspecto de gênero na área”, ressaltou.

Proteção dos direitos da mulher na Austrália

Comissária para a Discriminação Sexual desde 2016, Kate Jenkins ocupa o cargo mais alto do governo australiano no que diz respeito à proteção dos direitos da mulher. Como integrante da Comissão Australiana de Direitos Humanos, órgão estatal independente, seu papel é supervisionar as ações do governo para garantir que estejam em consonância com o direito internacional e a Lei Australiana contra a discriminação sexual.

*Com informações da Presidência e da Asfoc SN

Leia mais: Austrália e Fiocruz debatem genética e mulheres na ciência

  • Da esq. para a dir.: Kate Jenkins, Beatriz Grinsztejn, Julia Thomson, Valdiléa Veloso e Maria Inês Fernandes.
  • Da esq. para a dir.: Beatriz Grinsztejn, Kate Jenkins e Valdiléa Veloso.

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