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15/02/2019

Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência na Fiocruz


Texto: Juana Portugal / Revisão: Antonio Fuchs / Fotos: Peter Ilicciev

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência foi comemorado pela primeira vez na Fundação Oswaldo Cruz em evento realizado, no dia 11 de fevereiro, no auditório do Museu da Vida. Nísia Trindade Lima, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz e primeira mulher a presidir a Fiocruz, deu início à sua fala durante a abertura agradecendo os esforços em curso na Fundação no sentido de construir uma agenda para este tema e, além de lembrar o papel desempenhado por cientistas consagradas como Bertha Lutz e Maria Deane, destacou também a importância das estudantes que estão atualmente nos cursos de pós-graduação. “Gostaria de homenagear, de forma especial, Keyla Marzochi, uma das primeiras mulheres gestoras que conheci ao entrar na instituição. Uma das primeiras mulheres guerreiras e combativas que vi defendendo as propostas do INI no nosso Conselho Deliberativo. Ela marcou a minha experiência institucional e a construção da minha própria trajetória como gestora”, enfatizou saudando ex-diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, presente no auditório.

“O mais importante é construir políticas institucionais que favoreçam a superação das dificuldades ainda presentes na nossa sociedade e que não estão restritas ao mundo da ciência, mas fazem parte de desigualdades mais amplas”, explicou a presidente da Fiocruz citando em seguida que medidas nesse sentido já estão sendo adotadas pela Fundação como, por exemplo, no recente edital Inova Fiocruz. “Colocamos uma cláusula que considera o tempo de gestação e dos primeiros cuidados com os filhos como algo a ser considerado na avaliação dos currículos. Os tempos não são iguais. Existe uma iniquidade que precisa ser considerada na avaliação acadêmica. A nossa proposta é que a nossa política científica, cada vez mais, tenha atenção para políticas institucionais que visam corrigir essas desigualdades”, concluiu.

A mesa de abertura contou também com a participação de Cristiani Vieira Machado (vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação – VPEIC/Fiocruz), Mychelle Alves Monteiro (vice-presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública - Asfoc-SN) e Helena de Oliveira (representante da Associação dos Pós-graduandos da Fiocruz).

Trajetórias Femininas na Ciência

Após a abertura foi realizada uma roda de conversa mediada por Cristina Araripe (Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação) que contou com a participação de Marcia Chame (Programa Institucional Biodiversidade em Saúde), Maria do Carmo Leal (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca), Maria Elisabeth Lopes Moreira (Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira), Patrícia Brasil (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas), Iara Treub (Instituto Oswaldo Cruz), Helena de Oliveira (Associação dos Pós-graduandos da Fundação Oswaldo Cruz) e Mychelle Alves Monteiro (Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública - Asfoc-SN).

Durante sua intervenção, Patricia Brasil, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas do INI, em uma fala dirigida especialmente às meninas, relatou sua experiência a partir dos 17 anos, ainda estudante do ensino médio, quando sem ter decidido a carreira que seguiria foi apresentada à universidade pelo pai, Ronaldo Brasil. “Meu pai foi um grande homem e influenciou a minha vida e a minha carreira. Naquele momento me levou para percorrer os laboratórios da UnB. Fiquei ainda mais confusa, mas ele sussurrou para a minha alma ‘faz medicina’ e me formei em medicina pela UFRJ”, relembrou. Na narrativa que abrangeu toda a carreira acadêmica destacou a passagem pela especialidade em radiologia (trocada após três anos pela clínica médica), a opção pelas Doenças Infecciosas e Parasitárias, o acompanhamento do primeiro surto de malária em tribos ianomâmis de Roraima e a viagem no barco da prefeitura de Manaus que fazia o atendimento de populações ribeirinhas, a residência no Hospital dos Servidores, os primeiros artigos publicados, a viagem para especialização e mestrado no Programa de Cooperação Brasil-França, o doutorado, a maternidade e, em 2004, a oportunidade para integrar a equipe do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. “A Dra. Keyla Marzochi me convidou para fazer parte da equipe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas, concebido por ela em 1984, quando o vírus da dengue entrou novamente no Rio de Janeiro. Aceitei na hora porque era um sonho meu trabalhar na Fiocruz”, destacou.

Atualmente Patrícia coordena uma equipe de especialistas que trabalha em projetos financiados por agências nacionais e internacionais com foco na Medicina Tropical, nas Vigilância de Doenças Febris Agudas Emergentes e Re-emergentes e no desenvolvimento de protocolos clínicos e treinamento de profissionais de saúde.

Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

Aprovado pela Assembleia das Nações Unidas em 22 de dezembro de 2015, o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado a cada ano em 11 de fevereiro. A iniciativa é liderada pela Unesco e pela ONU Mulheres que, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil, visam destacar e fortalecer o papel fundamental desempenhado por mulheres e meninas nas comunidades da ciência e tecnologia. Segundo o Instituto de Estatísticas da Unesco (UIS), apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres.

Confira o vídeo com a gravação do evento na íntegra clicando aqui.

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