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11/04/2019

Doença de Chagas e Hanseníase são temas de simpósio na Bahia


Texto: Antonio Fuchs / Revisão: Juana Portugal

Nos dias 04 e 05 de abril, a Universidade Federal da Bahia (Ufba), por intermédio do Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS), no Campus Anísio Teixeira (CAT) localizado em Vitória da Conquista, sediou o 1º Simpósio IntegraDTNs-Bahia, com o tema Integração da Atenção à Saúde e da Vigilância para Controle da Hanseníase e da Doença de Chagas. Entre os objetivos do encontro estava a discussão sobre os desafios técnico-operacionais, políticos e sociais relacionados ao controle das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs). A pesquisadora Andréa Silvestre de Sousa, responsável pelo Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas, participou da coordenação de uma oficina de formação para médicos e gestores locais, além de apresentar a experiência do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) na atenção em doença de Chagas durante a abertura do Simpósio.

Andréa Silvestre explicou que o encontro foi realizado para apresentar o projeto de pesquisa coordenado pela professora Eliana Amorim de Souza, do IMS/CAT da UFBA, que visa analisar e promover a integração da Rede de Atenção e Vigilância em Saúde em DTNs na região Sudoeste do Estado da Bahia. O projeto conta ainda com iniciativas de educação permanente de profissionais de saúde, incluindo agentes comunitários de saúde e de combate a endemias, além de gestores de 19 municípios de grande endemicidade. Como principais parceiros estratégicos institucionais inserem-se a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (Sesab), por intermédio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), o Núcleo Regional de Saúde do Sudoeste da Bahia (NRS) e a Diretoria da Atenção Básica (DAB), além de todas às Secretarias Municipais de Saúde das localidades envolvidas (Tremedal, Encruzilhada, Anagé, Barra do Choça e Vitória da Conquista). Como parceiros nacionais e internacionais foram construídas, até o momento, cooperações com a Fundação de Chagas de Camaçari da Bahia (Chacaba), o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), a Universidade Federal do Ceará, a Fiocruz, através do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), além da organização internacional Netherlands Hanseniasis Relief (NHR) no Brasil.

“Na abertura do encontro apresentei a experiência do INI na atenção em doença de Chagas, aqui definida como um modelo a ser seguido no Estado, por seu caráter integral e multiprofissional. Estavam presentes cerca de 400 pessoas, entre profissionais de saúde, gestores (secretários de saúde locais e representantes do Ministério da Saúde), alunos de pós-graduação e representantes locais dos movimentos sociais em doença de Chagas e hanseníase”, destacou.

Segundo Andréa, no levantamento realizado até o momento foram identificados triatomíneos positivos para Trypanosoma cruzi nos intra e peridomicílio no município baiano de Anagé. “Esse dado é preocupante em termos de vigilância, sobretudo quando se reconhece que as capacitações locais não ocorrem há vários anos e da fragilidade de uma rede organizada da atenção em saúde. A partir desse projeto, os gestores locais planejam realizar no sudoeste da Bahia um projeto piloto de notificação dos casos crônicos da doença de Chagas, medida ainda não implementada no território nacional, porém necessária para a construção de políticas públicas efetivas que permitam ampliação do diagnóstico e tratamento dos acometidos”, disse.

A pesquisadora acredita que desta forma será possível reduzir a morbimortalidade da doença na Bahia, o quarto estado do Brasil em mortalidade por doença de Chagas. “A importância desse estado na epidemiologia nacional pode também ser percebido quando identificamos que até 25% dos cerca de 1.200 pacientes regularmente acompanhados hoje pela coorte do INI são naturais da Bahia”, informou.

No segundo e último dia do encontro ocorreu ainda a Oficina Prática de formação de médicos e gestores locais, coordenada por Andréa Silvestre, Fred Luciano Neves dos Santos, do Instituto Gonçalo Muniz (Fiocruz-BA), e Crysthiane Fernanda Valera, médica do serviço de referência municipal de Vitória da Conquista para hanseníase, com discussão de casos clínicos sobre doença de Chagas e hanseníase, com a participação de cerca de 200 pessoas dos municípios locais.

 

* Fotos: Ufba

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