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30/01/2024

Evento que marca o´29 de Janeiro´ no INI reafirma direitos e protagonismo da população trans


Estagiária: Bárbara Clara | Ed. Alexandre Magno

O Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de Janeiro, foi celebrado no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) na última sexta-feira (26/01) em evento organizado pela equipe de educadores comunitários do Instituto em parceria com o projeto Transcrições.  A ação, que acontece desde 2016, conta com o apoio do Laboratório de Pesquisa Clínica em IST, HIV/Aids (LapClin Aids) e busca fortalecer os vínculos entre pesquisadores e a comunidade trans; além de abrir debate para os direitos da população trans. O encontro aconteceu no auditório do Pavilhão do Ensino do INI – no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro (RJ), com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do INI. Assista aqui.

A Equipe de Educação Comunitária do INI, Laylla Monteiro, Biancka Fernandes, Thaylla Vargas e Carolina Ribeiro foram as apresentadoras e mediadoras de todo o evento.

A diretora do INI, Valdiléa Veloso; na abertura do evento destacou o histórico do Instituto na participação e na promoção do protagonismo da população trans nos estudos clínicos.  “Este ano marca o décimo ano do nosso trabalho mais estruturado com a população trans. A pesquisa gerou os dados necessários para que criássemos um serviço. Portanto é uma felicidade muito grande ver o quanto caminhamos, não somente aqui no INI, mas em toda Fiocruz”.

A Presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Keyla Simpson; participou remotamente da mesa de abertura e destacou a importância de instituições com o peso da Fiocruz darem visibilidade para as questões da população trans “

A mesa de abertura contou também com a participação da primeira mulher trans eleita como vereadora no estado do Rio de Janeiro, Benny Briolly (PSOL/RJ). A parlamentar foi eleita para exercer o seu mandato na Câmara Municipal de Niterói – região metropolitana do Rio de Janeiro.

A vereadora falou sobre a importância da visibilidade e engajamento político da população trans, destacando a necessidade de construir narrativas que reconheçam também o papel e as conquistas que essas pessoas têm na sociedade e não exclusivamente nos desafios enfrentados pela comunidade.  “Quando fui eleita a primeira vereadora trans do estado do Rio de Janeiro, isso representou um processo de ressignificação muito grande. Uma conquista para a nossa Comunidade, mostrando que para além das violências que demarcam as nossas histórias e as nossas vidas, também temos um processo de saber, de formulação e correção dessas desigualdades que nos permitem demarcar esses espaços”. Benny Briolly pontuou também o papel do INI e da Fiocruz nesse processo “Todos os processos realizados aqui dentro (INI e Fiocruz) tem um papel fundamental na demarcação dessas conquistas que temos feito. O lugar que cuida dos nossos corpos é o mesmo que nos faz avançar para essas conquistas sociais e econômicas”.

Após a apresentação da vereadora, a mesa temática “Ser trans nos dias de hoje: conquistas, desafios e perspectivas”, foi apresentada pela representante do coletivo Mães pela Diversidade no RJ, a educadora Maria Cecília Castro; e pelo vice-presidente da Liga transmasculina João W. Nery, Rafael Gomes.

Maria Cecília trouxe seu relato como mãe de um menino trans e os desafios que ela como mãe enfrentou por não ter conhecimento sobre o assunto no começo até encontrar o coletivo que ela faz parte. Ela destacou a importância do acolhimento no âmbito familiar. Ela também falou do papel do ambiente escolar, como um espaço acolhedor e saudável. “É preciso que a escola garanta os direitos de crianças e adolescentes trans. Já existem leis que as amparam para que possam usar o nome social, para o uso do banheiro, e se sintam confortável no ambiente escolar. Nós precisamos garantir que essas crianças e adolescentes tenham na escola um espaço de acolhimento e respeito, para que elas possam desenvolver todo seu potencial humano”.

Com o fim das mesas temáticas, a educadora comunitária, Biancka Fernandes, realizou performance em conscientização e memória a todo tipo de violência sofrida pela população trans. Em seguida, houve o reconhecimento ao trabalho do Juiz da Justiça Itinerante André de Souza Brito, importante personagem na luta aos direitos de travestis e pessoas trans, entregue pela diretora do INI, Valdiléa Veloso “O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) agradece ao excelentíssimo doutor André de Souza Brito, juiz do tribunal de justiça do Estado do Rio de Janeiro, pelos serviços prestados a milhares de travestis e pessoas trans pela Justiça Itinerante, garantindo a essas pessoas dignidade e cidadania, através da retificação do nome e gênero no registro civil. “A partir do momento em que ela tem um documento com o nome e com o sexo de acordo com o gênero no qual ela se identifica, ela se sente mais fortalecida para exigir respeito. Daí a importância de troca de nome e gênero, principalmente para a questão de empregabilidade”.

Na programação da tarde, foram homenageados a pesquisadora do LapClin Aids, Ruth Khalili; e o médico Infectologista do INI, Marcos Davi de Souza. O público pode também apreciar as performances de Negrinny Ventury; e Vitoria Françoíse;  além do lançamento do documentário Transcrições. No encerramento, houve sorteio de brindes aos participantes presentes.

Saiba mais sobre o evento e a programação completa.

 

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