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13/11/2018

Formação de recursos humanos e ética na pesquisa


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

A tarde do primeiro dia (06/11) do Simpósio INI 100 anos foi dedicada ao ensino e à ética na pesquisa e teve início com a conferência Perspectivas da Educação na Fiocruz, ministrada pelo vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto. Em seguida foi apresentada a mesa Ensino e Ética em Pesquisa no INI, moderada pela ex-diretora do instituto, Albanita Viana de Oliveira, que contou com as participações da pesquisadora aposentada Marizete Pereira da Silva, da coordenadora da Pós-Graduação Stricto sensu do INI, Claudia Valete, da coordenadora da Pós-Graduação Lato sensu do INI, Suze Sant'Anna e pelo vice-diretor de Ensino, Mauro Brandão.

Perspectivas da Educação na Fiocruz

Com o tema Perspectivas da Educação na Fiocruz, o vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto Barral, apresentou alguns desafios enfrentados pela Pós-Graduação na Fundação que busca uma maior integração entre suas unidades em todo o território nacional, respeitando as autonomias e especificidades de cada uma, visando aperfeiçoar a gestão da informação de forma a possibilitar a avaliação institucional da educação na Fiocruz, facilitando e incentivando os compartilhamentos, parcerias, aprendizados e novos arranjos organizacionais para a oferta educacional. Barral reconheceu a necessidade de uma maior atenção para os diferentes níveis do setor saúde, expandindo o ensino para diferentes públicos e ampliando a cobertura geográfica, promovendo assim uma capacitação em larga escala através da Educação a Distância.

“Temos que ampliar a comunicação com a sociedade. Hoje há muito descrédito na ciência porque essa ciência não chega para a população. Temos que valorizar as pessoas, levar o conhecimento de forma acessível, valorizar os aspectos humanísticos. Somos uma instituição de ponta voltada para o bem da nossa sociedade e jamais podemos perder isso de vista”, destacou. “Todas essas estratégias visam construir, paulatinamente, a Política Educacional da Fiocruz”.

Ensino e Ética em Pesquisa no INI

A pesquisadora aposentada do INI, Marizete Pereira da Silva, apresentou a história do Ensino do INI no período de 1988 a 2018, destacando que após a reativação do Hospital Evandro Chagas em 1986, o primeiro curso de especialização oferecido pela instituição foi o de Doenças Infecciosas e Parasitárias para Médicos no ano de 1988. Já em 1997, a unidade conseguiu a aprovação da Capes para o curso de especialização em Enfermagem nas Doenças Infecciosas e Parasitárias e, em 1999, o lançamento do curso de Residência Médica em Doenças Infecciosas. A expositora informou que o Programa de Pós-Graduação Stricto sensu no INI começou em 2003 e que outro marco importante nessa trajetória foi a inauguração, em 2006, do Pavilhão de Ensino, que contribuiu, ainda mais, para elevar o ensino na instituição.

Coube à coordenadora da Pós-Graduação Stricto sensu do INI, Cláudia Maria Valete Rosalino, falar sobre o programa que busca formar mestres, doutores e pós-doutores de alto nível científico com uma visão integral da Pesquisa Clínica, através do estudo multidisciplinar e baseado na integração saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente (conceito One Health) das doenças infecciosas. O programa de Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas conta atualmente com oito linhas de pesquisa, enquanto que o mestrado profissional com duas, todas trazendo visão integral da Pesquisa Clínica através do estudo multidisciplinar. “A qualidade do nosso programa começa com o rigoroso critério que temos para o credenciamento de docentes. Isso, aliado ao constante aumento das publicações nos periódicos de estratos A1, A2 e B1 na área da Medicina I da Capes, faz do nosso programa um dos melhores de infectologia em nosso país”, disse.

O ensino Lato sensu foi apresentado pela coordenadora do Programa de Pós-Graduação Lato sensu do INI, Suze Rosa Sant'Anna, lembrando que essa modalidade é destinada aos cursos de Residência Médica e as sete Especializações ofertadas pelo Instituto, que são: Infectologia para Médicos Estrangeiros, Monitoria de Projetos de Pesquisa Clínica, Multiprofissional em Imunizações e Saúde do Viajante, Enfermagem em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Psicologia Hospitalar na área de Infectologia, Nutrição Aplicada à Infectologia e Fisioterapia Hospitalar com ênfase em Doenças Infecciosas. Suzy informou ainda que agora a Fiocruz conta com o Latíssimo, através de seu Campus Virtual, que engloba os cursos de nível superior (Aperfeiçoamento, Qualificação e Capacitação), nível médio ou educação profissional (Aperfeiçoamento, Qualificação e Capacitação), eventos educacionais e educação permanente, voltado para os trabalhadores do INI.

Por fim, o vice-diretor de Ensino, Mauro Brandão, falou sobre o papel do Comitê de Ética do INI, criado em 2000 e credenciado neste mesmo ano pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). O CEP do INI faz parte do grupo dos onze comitês brasileiros participantes da experiência piloto que testou o Sistema Nacional de Informações sobre Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos (Sisnep), desenvolvido pela Conep e que migrou agora em 2018 para a Plataforma Brasil. Desde sua criação, 972 projetos já foram submetidos ao CEP, com uma média mensal de 63 projetos apresentados. Até julho de 2018, o INI estava com 301 projetos em andamento. “Nosso CEP tem uma visão consolidada e objetiva de salvaguardar os direitos dos participantes de forma a não inviabilizar as pesquisas aqui realizadas. Por termos essa ampla visão de proteger sempre o participante posso afirmar que nosso CEP é um dos mais respeitados da Fiocruz e do Rio de Janeiro”, disse.

Encerrando o primeiro dia do Simpósio INI 100 anos: Integrando saberes na construção do conhecimento em doenças infecciosas, a diretora Valdiléa Veloso ressaltou o quão especial é o Instituto apesar de todas as adversidades enfrentadas em sua trajetória. “Nada foi impedimento para chegarmos até o dia de hoje, onde trabalhamos para gerar evidências para o processo de decisão do nosso Sistema Único de Saúde na incorporação de novas tecnologias, identificando epidemias e enfrentando ameaças à Saúde Pública. O que faz isso tudo possível é o comprometimento de todos os profissionais com nossos pacientes, com o SUS e com o avanço de novos conhecimentos”, concluiu.

Fotos: Felipe Varanda

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