INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas

No mês de valorização da vida, conhecido como Setembro Amarelo, o INI promove uma série de palestras para conscientizar sobre a prevenção ao suicídio. O primeiro encontro, realizado no dia 11/09, recebeu a representante do Centro de Valorização da Vida (CVV), Patrícia Fanteza, para falar sobre a importância do trabalho realizado por esta instituição. No Brasil, o suicídio é considerado um problema de Saúde Pública e sua ocorrência tem aumentado entre jovens.

Patrícia iniciou sua exposição com a exibição do vídeo Teste de Coragem que aborda um dos fatores associados ao suicídio: a depressão. Em seguida, relatou a trajetória do CVV, desde sua fundação em 1962, em São Paulo, como uma associação civil sem fins lucrativos, que foi reconhecida como de utilidade pública por todas as esferas de governo, seja federal, estadual e municipal, desde 1973. “Nós prestamos um serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar. Somos reconhecidos pelo Ministério da Saúde como a melhor iniciativa não governamental de prevenção ao suicídio no Brasil”, destacou.

Atualmente, o CVV conta com cerca de 90 postos espalhados por todo o país e cerca de 2.500 voluntários, sendo associado ao Befrienders Worldwide, entidade que congrega as instituições congêneres de todo o mundo. “Todo o nosso trabalho é feito por pessoas comuns, de qualquer formação profissional ou religiosa, acima de 18 anos, que se disponibilizam a ouvir quem procura o serviço. Temos como base fundamental o sigilo e o anonimato”, lembrando ainda que o CVV disponibiliza cursos de formação para aqueles que querem colaborar nessa iniciativa.

A voluntária enfatizou que “o trabalho do CVV não é terapia e que é importante deixar isso bem claro. Ele é feito por pessoas que se dispõem voluntariamente a ouvir outras pessoas em momentos de crise e que buscam encontram um espaço para falar sobre qualquer assunto e desabafar, sem medo de juízo de valor ou preconceitos”.

Números do problema

Patrícia apresentou o quão grande é a questão do suicídio atualmente. No mundo, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos, chegando a quase 800 mil por ano. No Brasil, são 32 pessoas que tiram suas vidas por dia. Segundo pesquisa da Unicamp, 17% dos brasileiros pensaram seriamente em cometer suicídio no decorrer de suas vidas e dados da OMS relatam que nove entre cada 10 suicídios poderiam ser evitados.

“O CVV realizou, em 2017, cerca de dois milhões de atendimentos e a expectativa para 2018 é chegarmos a três milhões. Estes contatos podem ser realizados pelo telefone 188 (24 horas), pessoalmente (nos postos de atendimento), pelo site via chat, VoIP (Skype) e e-mail. Valorizar a vida, é isso que o nosso Centro faz", encerrou Patrícia, apresentando ainda mais dois vídeos: Compartilhe e CVV em 2 minutos.

Homenagem a pesquisadora do INI

A pesquisadora Dayse Pereira Campos, criadora e chefe do Serviço de Informação e Estatística do INI, foi homenageada no início da palestra. Dayse faleceu em maio deste ano e militava ativamente na promoção da saúde mental e prevenção do suicídio, sendo voluntária do Programa de Apoio Emocional do Centro de Valorização da Vida (CVV) desde 2015.  

Sobre o Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015, em Brasília, através de uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O mês de setembro foi escolhido para a campanha porque internacionalmente a data de 10/09 é reconhecida como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio pela International Association for Suicide Prevention.

Fotos: Mayara Marins