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10/10/2017

INI debate sobre a paracoccidioidomicose e os novos rumos que podem ser adotados para seu tratamento


Texto e fotos: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

O fungo Paracoccidioides brasiliensis, causador da paracoccidioidomicose, apresenta um amplo espectro de manifestações clínicas, com formas muito graves, representando um importante problema de Saúde Pública. Devido à relevância do tema, a Vice-Direção de Serviços Clínicos do INI promoveu, no dia 05 de outubro, o seminário científico Potenciais fatores de virulência no gênero paracoccidioides, apresentado pela pesquisadora da Universidade Federal de Goiás, Célia Maria de Almeida Soares. Na ocasião, foram relatadas algumas experiências de estudos conduzidos por Célia sobre as moléculas deste fungo, reforçando assim a identificação de possíveis alvos no controle de infecções por meio do bloqueio dos fatores de sua virulência.

Célia Maria de Almeida Soares explicou que o fungo P. brasiliensis é um patógeno “bem-sucedido” que infecta cerca de 10 milhões de indivíduos em áreas endêmicas do México até a Argentina, afetando intensamente o Brasil. “Apesar dessa virulência, existe ainda falta de informação quanto à expressão dos genes de P. brasilienses quando interage com um hospedeiro”, afirmou.

Foram três as estratégias investigadas pela equipe coordenada pela pesquisadora, no estudo realizado com camundongos. A primeira foi o uso de modelos in vitro que mimetizam condições de infecção (privação de glicose, hipóxia, privação de micronutrientes, choque osmótico). A segunda forma ocorreu com o trabalho com modelos ex vivo de infecção (macrófagos e neutrófilos) e, por fim, os modelos in vivo de infecção, para a obtenção de células leveduriformes durante a infecção pulmonar.

Essa proposta de pesquisa foi inovadora por integrar análises proteômicas, genômicas e de caracterização da função gênica. O resultado foi o estabelecimento de correlações em condições que simulam o meio hospedeiro provendo uma visão global do fenótipo molecular dos patógenos na interação com o hospedeiro. Um dos pontos destacados durante o estudo foi que a suplementação de ferro induz um aumento da suscetibilidade dos camundongos à infecção por paracoccidiodides. “Percebemos que o fungo sempre encontra maneiras de buscar ferro em um organismo e como a localização do fungo no hospedeiro varia de um para outro, a fonte de ferro vai ser sempre diferenciada de hospedeiro para hospedeiro”, destacou.

Entre as conclusões apresentadas por Célia Maria está o fato de que as proteínas de superfície fúngica, que estão envolvidas na captação de ferro, podem ser possíveis alvos para o desenvolvimento de vacinas ou drogas que bloqueiem sua proliferação em seres humanos, abrindo assim campos para a geração de novas formas de tratamento para a doença.

O projeto foi financiado com recursos da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), contou com parcerias com o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP) e as universidades americanas de Cincinnatti e Yeshiva.

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