• Diminuir tamanho do texto
  • Tamanho original do texto
  • Aumentar tamanho do texto
  • Ativar auto contraste
Selecione uma tarefa

Início do conteúdo

18/08/2022

INI marca presença no 1º Seminário de Informação e Mobilização para a Prevenção e Tratamento da Monkeypox


Alexandre Magno/Ed. Juana Portugal

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) participou da organização do 1º Seminário de Informação e Mobilização para a Prevenção e Tratamento da Monkeypox, realizado no dia 12/08. Ativistas, educadores comunitários, pesquisadores e gestores da saúde lotaram a sede do Grupo Arco-Íris de Cidadania - um dos organizadores do evento em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+ e a Rede GayLatino. Durante o seminário foram anunciados a criação do Observatório sobre a Monkeypox e  um novo serviço de marcação de consultas no INI.

O presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania, Claúdio Nascimento, revelou a criação do Observatório sobre a Monkeypox em parceria com o INI/Fiocruz. “O objetivo é monitorar o número de casos e o impacto da monkeypox na nossa comunidade e, ao mesmo tempo, combater fakenews e promover uma comunicação inclusiva e correta”, afirmou, agradecendo o apoio do INI.

Valdiléa Veloso, diretora do INI/Fiocruz, anunciou a criação de um novo serviço de marcação de consultas através do email agenda.mpx@ini.fiocruz.br. “Esta iniciativa é uma parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e tem como objetivo principal ampliar o acesso das pessoas ao diagnóstico e tratamento”, explicou. O INI é a referência no estado para o atendimento dos casos suspeitos da monkeypox.

Informação e comunicação contra o estigma e o preconceito

A diretora do INI iniciou a sua participação no seminário destacando a importância de unir esforços para fazer frente aos desafios do surto global da monkeypox. “Comunicação e informação corretas são as forças com as quais podemos enfrentar essa ameaça e combater a desinformação, o estigma e o preconceito”, enfatizou.

Ao falar de como o preconceito pode impactar negativamente no diagnóstico de uma doença, Veloso lembrou do período em que foi residente no hospital Emílio Ribas, em meados dos anos 80, durante os primeiros anos da epidemia da Aids. “Naquela época houve casos de mulheres com pneumonia, uma das doenças características de pessoas que viviam com o HIV, que ao procurar atendimento no hospital tinham o diagnóstico de Aids colocado em dúvida por conta do simples fato de serem mulheres”, relembrou. Valdiléa destacou que com a ampliação do acesso aos testes foi possível ver que qualquer pessoa era suscetível de se infectar com o HIV. “Da mesma forma, agora, com a monkeypox. Precisamos evitar os mesmos erros do passado”, declarou.

Beatriz Grinsztejn, médica infectologista, chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica de DST e Aids (LapClin/Aids) do INI e presidente eleita da International Aids Society (IAS), reforçou a necessidade de contar com a informação correta e a boa comunicação como aliadas estratégicas. Durante o debate, em resposta a um dos participantes, Beatriz explicou que as palavras “infectado” e “contaminado” não são sinônimos e que devem ser usadas em contextos diferentes. “Coisas, objetos, substâncias são contaminadas. Pessoas são infectadas”, frisou a pesquisadora, explicando em seguida que o uso incorreto das duas palavras pode contribuir para o reforço de estigmas. Beatriz destacou também a importância de que o país faça parte das pesquisas clínicas para a descoberta de vacinas e medicamentos como forma de gerar conhecimento e ampliar o acesso a esses insumos.

Mayumi Wakimoto, epidemiologista e chefe do Serviço de Vigilância em Saúde do INI, trouxe um panorama da doença no Brasil e no mundo. Mayara Secco, médica infectologista do Instituto, apresentou as características do quadro clínico da doença ressaltando a importância dos profissionais de saúde e as pessoas estarem atentos aos sintomas atuais desse surto global da nova varíola.  Encerrando a sua participação as pesquisadoras elucidaram dúvidas sobre formas de transmissão e cuidados em relação à doença.

GTs trabalharam mensagens-chave

Como atividade final, os participantes foram divididos em grupos de trabalho com a missão de criar mensagens-chave sobre a prevenção e a promoção da saúde como forma das pessoas se protegerem do vírus da monkeypox. O participante Lázaro Silva, formado em gestão pública, afirmou que ficou muito feliz com os conhecimentos adquiridos pelo seminário. “A comunicação não pode culpabilizar as pessoas infectadas com o vírus. O racismo e o preconceito de classe também afetam o acesso à informação e à saúde”, apontou, destacando que esses fatores devem ser levando em consideração ao elaborar produtos de comunicação sobre a doença.

O presidente do Grupo Arco-Íris de Cidadania, Claudio Nascimento, explicou que o objetivo do encontro foi exatamente o de promover a informação correta e evitar desinformações. “Nosso papel como comunidade é reunir os cientistas e a área da saúde para informarmos de maneira correta, evitando o estigma”, concluiu.

Voltar ao topoVoltar