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30/07/2021

INI participa do desenvolvimento das primeiras diretrizes sobre autoteste do vírus da hepatite C da OMS


Juana Portugal*

O pesquisador Thiago Torres, do Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), coordenou, no Brasil, um dos estudos que ajudaram a desenvolver as primeiras diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre autoteste do vírus da hepatite C (VHC) e participou da revisão da versão final das diretrizes da OMS. O guia foi lançado durante a International Aids Conference 2021 (IAS2021) com a recomendação de que o autoteste seja uma abordagem adicional às opções de teste já existentes.

“Pela experiência adquirida em projetos de ponta como o de implementação da Profilaxia Pré-exposição ao HIV no Brasil, no México e no Peru (ImPrEP), em subestudos voltados à distribuição de autoteste de HIV, por exemplo, a OMS nos solicitou a colaboração no estudo que verificou o conhecimento sobre a hepatite C e a aceitabilidade do autoteste entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) do Brasil”, informa Thiago.

O estudo “Valores e preferências no autoteste do vírus da hepatite C”, foi realizado no Brasil, Costa Rica, Índia, Indonésia, Quirguistão, Filipinas, Ruanda, África do Sul, Tailândia e Ucrânia, e utilizou entrevistas individuais e grupos focais. Todas as atividades seguiram protocolos de segurança atendendo às restrições locais de prevenção da Covid-19. “Foi um desafio, tivemos que nos adaptar às medidas de distanciamento social para realização dos grupos de reflexão e das entrevistas individuais com voluntários em várias cidades do país e deu tudo certo”, explicou Thiago Torres, enfatizando a importância da participação dos pesquisadores Nilo  Martinez Fernandes e Daniel Bezerra, e da equipe de educação comunitária do laboratório.

Dos 920 participantes, 66% eram indivíduos com risco aumentado para VHC, 16% eram população em geral e 18% eram profissionais de saúde. O Autoteste foi considerado uma ferramenta inovadora e com potencial para aumentar a conscientização sobre o VHC e a busca por tratamento nos serviços de saúde. O estudo também indicou que foi considerado uma boa opção por ser fácil de utilizar e por favorecer a confidencialidade dos resultados. Para Torres, ao avaliar os resultados, a falta de conhecimento dos participantes sobre hepatites foi uma revelação muito relevante. “O desconhecimento permeia diversas populações, faixas etárias e escolaridades, mas a aceitabilidade de um possível autoteste de hepatite C foi boa. As barreiras que encontramos são semelhantes às observadas para o autoteste de HIV, por exemplo, o medo de ter resultado positivo ou não ter o apoio de um profissional de saúde”, afirmou o pesquisador.

No lançamento do guia, a OMS também divulgou o vídeo “Community voices on hepatities C vírus self-testing”. Assista clicando aqui.

2030

A OMS estabeleceu como meta eliminar o VHC como problema de saúde pública até 2030, diagnosticando 90% das pessoas infectadas e com 80% dos casos em tratamento. Entretanto, segundo a OMS, em 2019 apenas 21% dos 58 milhões de pessoas com infecção VHC crônica em todo o mundo foram diagnosticadas. As diretrizes da OMS sobre o autoteste visam apoiar os esforços dos programas nacionais para alcançar as pessoas que não podem fazer o teste de outra forma.

*Com informações da OMS e do ImPrEP

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