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14/02/2023

INI recebe alunas pelo ‘Dia das Mulheres e Meninas na Ciência’ na Fiocruz


Bárbara Clara (Estagiária) e Antonio Fuchs

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) recebeu, no dia 09 de fevereiro, quatro alunas de escolas públicas do estado do Rio de Janeiro para conhecer os trabalhos desenvolvidos nos Laboratórios de Pesquisa Clínica em IST e Aids (LapClin Aids) e de Epidemiologia e Determinação Social da Saúde (LapEpiDSS) e conversar sobre saúde, ciência e cidadania. A atividade fez parte da programação do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, que o Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência promoveu até o dia 10 de fevereiro, através do evento Imersão no Verão.

Lara Andréa Bastos Souza (15 anos), estudante do CIEP 312 Raul PYFF, Ester Gonçalves de Morais Souza (15 anos), do Colégio Estadual Padre Anchieta e Marya Eduarda Albino Farias (16 anos), aluna do Colégio Estadual Afonso Pena, foram acompanhadas, na parte da manhã, pelas pesquisadoras do LapClin Aids, Mayara Secco, Desirée Santos e Lucilene Freitas, que apresentaram o espaço físico do INI e falaram sobre sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, entre outras questões. Já Mayra Oliveira Ferreira Pascoal (15 anos), estudante do Colégio Pedro II, seguiu Claudia Teresa Vieira de Souza, chefe do LapEpiDSS e Maria Eduarda Bento, monitora do Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, para conhecer as atividades realizadas por este laboratório.

Segundo a pesquisadora Claudia Souza, ponto focal do INI no Grupo de Trabalho Mulheres e Meninas na Ciência, “foi muito gratificante vivenciar essa experiência de receber esse grupo de meninas, estudantes do Ensino Médio, para conhecer a rotina da nossa profissão nos Laboratórios de IST/Aids e EpiDSS. Essa iniciativa da instituição possibilitou a essas alunas uma grande oportunidade de refletirem como a pesquisa acontece no INI. Além disso, essa experiência enriquecedora poderá vir a contribuir futuramente para estimular a inserção delas na vida acadêmica em atividades de pesquisa clínica”, destacou.

O papel da pesquisa clínica e a epidemiologia

No Laboratório de Pesquisa em Epidemiologia e Determinação Social da Saúde (LapEpiDSS), chefiado pela pesquisadora Claudia Teresa Vieira de Souza, as atividades foram iniciadas após a apresentação da equipe às duas participantes, com explanação sobre os principais conceitos relacionados a pesquisa clínica e epidemiológica e apresentação das linhas de pesquisa e projetos em desenvolvimento pelo Grupo do Laboratório, assim como discutida a importância da Determinação Social da Saúde no processo saúde-doença e do envolvimento e participação da comunidade em práticas inovadoras de promoção da saúde. Uma roda de conversa e a exibição de um vídeo promoveram uma ampla reflexão sobre práticas inovadoras de produção do conhecimento científico, promoção da saúde e realização de práticas integrativas e complementares em saúde. As alunas acompanharam a equipe do LapEpiDSS em uma visita guiada aos espaços do INI e Fiocruz onde são realizadas as atividades relacionadas aos projetos do Laboratório (Associação Lutando para Viver do INI, Terrapia, Borboletário entre outros).

Prevenção às ISTs e sexualidade foram destaques do LapClin Aids

Recepcionadas por Mayara Secco, Desirée Santos e Lucilene Freitas, as alunas conheceram os diferentes trabalhos desenvolvidos pelo laboratório no campo da assistência para as pessoas trans e travestis e discutiram o conceito das desigualdades em saúde e suas interfaces com o sistema de saúde, apresentando o trabalho desenvolvido no INI relacionado ao tema. Na parte da tarde, demais pesquisadores do LapClin Aids se juntaram ao grupo para uma série de dinâmicas envolvendo a temática da sexualidade e IST, apresentação do projeto Conectad@as, que estuda a incidência de HIV em homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSHs), de 18 a 24 anos, além das exposições da diretora do INI, Valdiléa Veloso, que apresentou a história centenária do Instituto, desde a construção do Hospital Evandro Chagas, que terminou em 1918, até a inauguração do Centro Hospitalar, em 2020, por conta da pandemia de covid-19, os laboratórios e setores, as linhas de pesquisa aqui trabalhadas, além da ampla relação entre pesquisa, ensino e assistência. Já a chefe do LapClin Aids, Beatriz Grinsztejn, falou sobre o desenvolvimento das pesquisas clínicas em HIV no Brasil e como é a participação do INI nos diferentes estudos. Por fim, a pesquisadora Sandra Wagner explicou os trabalhos em andamento atualmente no Laboratório.

Dia produtivo para as alunas

Entre as alunas, o consenso foi o mesmo, uma experiência única e inesquecível para a vida. Para Mayra Pascoal, que pretende cursar ciências sociais, foi extremamente gratificante ver mulheres fazendo ciência no dia a dia. “Esta foi minha primeira vez na Fiocruz, espero voltar mais, e considero o aprendizado no dia de hoje muito positivo, pois pude conhecer e trocar ideias com aquelas pessoas que atuam diretamente no nosso sistema de saúde”. Já para Marya Eduarda Farias, que espera ser veterinária e gostaria de um dia trabalhar na Fiocruz, conhecer o campus foi a realização de um sonho, principalmente em ver esta quebra de tabu de que mulheres não podem trabalhar nas ciências. “A Fundação mostra exatamente o oposto disto e espero que um dia eu seja uma delas”.

Lara Souza afirmou gostar muito da área acadêmica e que espera fazer Geografia, disse que o dia no campus foi uma oportunidade de enriquecer o currículo escolar e conhecer outras meninas que também tenham interesse na área da pesquisa. “Gostei muito de ver a didática das exposições e como os pesquisadores levaram seus conhecimentos para nós”. Por fim, Ester Souza, que quer estudar medicina, lembrou que esta foi sua terceira visita na Fiocruz, mas a primeira vez como estudante para conhecer os serviços que uma de suas unidades oferece e compreender um pouco mais sobre como as pesquisas são desenvolvidas na instituição. “Estou saindo com uma visão mais ampla de tudo que posso aprender na minha área e aplicar, que sabem, na carreira que pretendo seguir”, encerrou.

Segundo Mayara Secco, infectologista do LapClin Aids e estudante de doutorado no INI, o evento é de suma importância para mostrar às estudantes do ensino médio que a Fiocruz vai para além do Castelo Mourisco. “Esta experiência mostra para elas as aplicações práticas da ciência e para perceberem que cientista não está distante da sociedade. Pelo contrário, no nosso caso, a ciência está cada vez mais socialmente referenciada. A atuação do nosso laboratório, envolvendo a pesquisa com a assistência mostra isto. Certamente esta imersão na Fiocruz possibilitou que elas alimentassem seus sonhos, suas esperanças, suas perspectivas de vida para que um dia venham a se tornar cientistas”, destacou.

Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência

Aprovado pela Assembleia das Nações Unidas em 22 de dezembro de 2015, o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência é celebrado a cada ano em 11 de fevereiro. A iniciativa é liderada pela Unesco e pela ONU Mulheres que, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil, visam destacar e fortalecer o papel fundamental desempenhado por mulheres e meninas nas comunidades da ciência e tecnologia. Na Fiocruz, a data é comemorada desde 2019. Saiba mais sobre o programa clicando aqui.

* Com informações da Agência Fiocruz de Notícias

(Fotos: Antonio Fuchs, Bárbara Clara e equipe LapEpiDSS)

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