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27/01/2023

INI/Fiocruz e revista científica The Lancet Regional Health Americas lançam edição especial sobre a mpox


Estagiária: Bárbara Clara | Ed. Alexandre Magno | Fotos: Renan Melgaço

O Instituto Nacional de infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) e a revista científica The Lancet Regional Health – Americas, realizaram na última quarta-feira (25/01), evento para lançamento da edição especial do encarte “Mpox multinacional nas Américas: Lições do Brasil e do México”, com artigos sobre a monkeypox, conforme listagem abaixo:

As boas-vindas iniciais foram dadas pela infectologista e pesquisadora, Beatriz Grinsztejn - chefe do Lapclin Aids do INI/Fiocruz, e coordenadora do evento. A diretora do INI, Valdiléa Veloso, também saudou aos participantes, agradecendo a presença de todos, em particular, da editora-chefe da revista, Taissa Vilas, por lançar o encarte na sede do INI e aos palestrantes que participaram do evento.

Abrindo as apresentações do evento de lançamento, a editora-chefe do periódico científico, Taissa Vilas, explicou que a revista tem como foco absorver as pesquisas com impactos diretos em saúde pública e em tópicos que sejam regionalmente importantes “Talvez elas não ganhem visibilidade global ou talvez elas não tenham espaço em outras revistas de alto impacto, mas para aquela comunidade, ela é extremamente importante”.

O assessor regional da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Omar Sued, apresentou atualização da mpox na região das Américas. Omar mostrou o avanço da doença nessa região e destacou a declaração do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que classificou a mpox como um surto de saúde pública de interesse internacional, recomendando aos países tomarem medidas para diminuir a transmissão entre a população e proteger os grupos mais vulneráveis.

A infectologista do INI/Fiocruz, Mayara Secco - que teve sua tese de mestrado “Ambulatory and hospitalized patients with suspected and confirmed mpox: an observational cohort study from Brazil” publicado pela The Lancet Regional Health -, trouxe para o encontro os números atualizados da doença no Brasil. Atualmente, o país acumula 10.711 casos confirmados; e 15 óbitos (dados atualizados até 24/01).  Mayara explicou que nas décadas anteriores, a mpox era encontrada, em sua maioria, no continente Africano, e que somente a partir de 2022, foi identificado surto da doença fora das áreas endêmicas. 

Mayara também falou sobre as mudanças dos sintomas da mpox “foi muito anunciado no início que era uma apresentação diferente da que conhecíamos antes, porque geralmente eram quadros mais exuberantes com lesões cutâneas disseminadas, com sintomas sistêmicos obrigatórios, mas quando chega em 2022, vemos um contexto diferente, como o predomínio de lesões anogenitais, sendo lesões únicas, algumas das vezes”. 

Ela contou que o primeiro caso confirmado no Rio de Janeiro (e os segundo no Brasil) foi diagnosticado no INI/Fiocruz e veio de um paciente que havia feito uma viagem à Europa. Ele apresentava uma lesão genital única e não possuía nenhum outro sinal ou sintoma sistêmico, o que descartaria a possibilidade de mpox, já que o paciente não se encaixava nos critérios, até então, de definição de caso. No entanto, por conta do vínculo epidemiológico, foi feita uma coleta e o resultado foi positivo. Esse resultado fez com que os critérios para a identificação da doença fossem revistos e atualizados.

Em seguida, Clarissa Damaso, chefe do Laboratório de Biologia Molecular da UFRJ, falou sobre a mudança do nome da doença de monkeypox para mpox. “A preocupação com a estigmatização relacionada ao nome é legítima", afirmou. Ela contou que pesquisadores dos países do continente africano ficaram revoltados pela associação do aumento de casos da mpox estar, teoricamente, relacionado à uma `doença de macacos´. A pesquisadora, pontuou, entretanto, que somente a mudança do nome da doença não seria suficiente para prevenir estigmas e preconceitos. Ela lembrou que é tradição de séculos na Ciência de batizar com o nome do animal ou do local onde foram identificados pela primeira vez os vírus.

A professora titular do Departamento de Psicologia Social da USP, Vera Paiva, encerrou as apresentações, trazendo o tema Lições da Aids e da Covid-19 que não podemos esquecer: a estigmatização e o foco nos direitos das pessoas afetadas pela Mpox.  A pesquisadora falou também sobre cinco áreas que são importantes e não devem ser ignoradas em uma pandemia: a) o estigma associado às pessoas de segmentos mais vulneráveis; b) as deficiências estruturais no sistema de saúde; c) mensagens que são enganosas ou imprecisas; d)  a dependência de vacinas e tratamentos estrangeiros; e) a crise de governança em que se desenrola a luta contra a pandemia.

A infectologista e pesquisadora, Beatriz Grinsztejn - chefe do Lapclin Aids do INI/Fiocruz, coordenadora do evento - encerrou a sessão das apresentações agradecendo a fala dos palestrantes e abriu, em seguida, a sessão de perguntas da audiência.

Por por problemas técnicos de última hora, o evento presencial foi transferido do auditório do INI/Fiocruz para o auditório do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), também localizado no campus da Fiocruz, em Manguinhos no Rio de Janeiro (RJ). A transmissão ao vivo ocorreu normalmente pelo canal oficial do INI no Youtube. Para assistir, clique aqui.

Leia também:

Confira a programação completa do lançamento da edição especial da The Lancet Regional Health Americas sobre mpox

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