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01/03/2024

INI/Fiocruz realiza oficina para capacitação de profissionais da saúde em dengue


Estagiária: Bárbara Clara| Ed.: Alexandre Magno

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) realizou, na última segunda-feira (26/02), oficina para atualização em dengue voltada para profissionais de saúde. O evento contou com 10 palestras ministradas em 8 horas de apresentações on-line, reuniu pesquisadores que abordaram diversos aspectos sobre a dengue. Veja a programação completa aqui.

A oficina foi coordenada pela chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas (LDFA), Patrícia Brasil; com a organização da chefe da Vigilância em Saúde do INI, Mayumi Wakimoto e da pesquisadora do LDFA e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Anielle Pina.

Anielle comemorou os resultados da oficina que, segundo ela, atingiram o objetivo de fornecer aos profissionais de saúde informações atualizadas sobre os diferentes aspectos relacionados a dengue, principalmente no atual momento em que o país enfrenta um aumento significativo dos casos. “Muitos jovens profissionais estão enfrentando sua primeira epidemia de dengue, e a troca de experiências com profissionais experientes nesse tipo de atendimento pode ser fundamental para melhorar o cuidado prestado aos pacientes com dengue. ”, afirmou.

O formato on-line das apresentações permitiu a participação de profissionais de diversas regiões do Brasil distribuídos nas mais de 3 mil visualizações no canal oficial do INI no YouTube. Assista aqui.

A Assessoria de Comunicação Social (ACS) do INI conversou com a coordenadora da oficina, Patrícia Brasil, que explicou as motivações para a realização da oficina e seus resultados.

Como coordenadora da oficina, qual foi a principal motivação para a sua realização?

A justificativa da oficina foi a constatação da pouca familiaridade que os jovens profissionais de saúde que atendem hoje na ponta (emergências, clinicas públicas e privadas) tem da abordagem clínica do paciente com dengue, por falta de experiência e ausência de vivencia em outras epidemias. Percebemos a falta de intimidade ou desconhecimento que grande parte dos profissionais tem do Manual de Diagnóstico e Manejo Clinico da Dengue do Ministério da Saúde, (na sua sexta edição/2024), excelente guia para abordagem clínica de indivíduos com dengue.

Ilustração do fato está em um trabalho feito por encomenda do Ministério da Saúde que analisou a implantação das ações de serviços de saúde, assim como a qualidade técnico científica da assistência dos pacientes que foram a óbito por dengue na rede pública em dois municípios do Nordeste e em 10 capitais brasileiras. Os resultados mostraram que o que parece influenciar diretamente a ocorrência do óbito é o manejo clínico dos casos. Verificou-se que a assistência aos pacientes não alcançou o nível de adequação esperado em nenhum dos serviços avaliados e que as recomendações do Ministério da Saúde para o manejo dos casos não estavam sendo seguidas.

Uma solicitação da Direção do INI para a realização de um treinamento em Dengue para a rede de serviços do Rio de Janeiro motivou-nos e viabilizou a realização da oficina,

Quais eram os objetivos traçados inicialmente para a oficina? Esses objetivos foram atingidos?

O propósito da oficina foi demonstrar a importância e como deve ser feita a classificação de risco do indivíduo com dengue baseada no tempo de doença e presença de sinais de alerta, preditores importantes de gravidade, e cujo reconhecimento pode evitar mortes se adequadamente tratada. Chamamos atenção também para a importância do diagnóstico diferencial das doenças infecciosas e não infecciosas numa epidemia de dengue, sobretudo quando os achados clínicos são inespecíficos. Algumas doenças como malária podem se apresentar de forma semelhante a dengue na fase aguda e se não tratada nas primeiras 24h pode matar. Do mesmo modo, uma dor abdominal resultante de um quadro de abdômen agudo pode ser confundida com um sinal de alerta de dengue e se não for reconhecido e submetido à intervenção cirúrgica de urgência, também mata.

Em suma o nosso objetivo principal foi mostrar que vidas podem ser salvas por profissionais da triagem, técnicos de enfermagem, enfermeiros ou médicos treinados, sobretudo se dispuserem de uma organização de serviços adequada.

Como você analisa os resultados da oficina?

A oficina foi organizada e realizada por profissionais com excelente qualificação técnico científica e grande experiência adquirida em epidemias anteriores de dengue. As mensagens foram, portanto, transmitidas. Embora não possamos aferir os resultados do evento espero que tenhamos contribuído para a qualificação dos profissionais de saúde e para a formação de multiplicadores das recomendações, que de fato podem salvar vidas na Epidemia de Dengue.

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