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27/10/2022

Nove atividades marcam a presença do  INI/Fiocruz na 19ª Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT)


Alexandre Magno | Fotos: Regina Lana, Renan Melgaço, Alexandre Magno

O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) marcou sua presença na 19ª Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT), entre os dias 18 e 21 de outubro no campus Manguinhos. Foram ao todas nove atividades realizadas pelos pesquisadores do Instituto ao longo da semana.

No primeiro dia de atividades do INI, até os personagens Zé Gotinha e Oswaldo Cruz avaliaram a sua própria situação vacinal na atividade Como está o seu status vacinal. Ao todo, mais de 200 pessoas, entre adultos, crianças e adolescentes, passaram pelo stand onde ocorria a atividade. Ao avaliar o status vacinal, o participante recebia um kit com uma caderneta “para estar sempre em dia com a sua vacinação”, explicou a coordenadora da atividade, Margareth Catoia do Laboratório de Pesquisa em Imunização e Vigilância.

Sobre vacinação, o teatro encantou professores e alunos por falar do tema de forma divertida e lúdica com o espetáculo Zia: Missão do Mundo Invisível, coordenado e apresentado por Carolina Lopes do Laboratório de Pesquisa Clínica em Doenças Febris Agudas, que também atuou como atriz. “O teatro nos abre espaço para popularizar a linguagem científica, tornando a comunicação mais fluída”, afirmou Carolina ao explicar porque utilizou o teatro para falar da importância das vacinas. Na atividade, Carolina contou com a participação de mais dois atores, Francisco Pita e Marcele Seba. Francisco gostou da participação do público nos três dias de apresentação da peça. “A peça cria elos de ligação com a situação que eles vivem. Isso faz com que o público (mesmo sendo muito jovens) entre de cabeça na magia”. Marcele disse que foi um desafio transformar o assunto para o universo infanto-juvenil, mas que o resultado foi bom “E contribuiu para tornarmos essa comunicação de fácil assimilação para esse público”.

O professor de Ciências da Escola Josué de Castro, no Complexo da Maré, Paulo Genesis Hassan conta que partiu dele a iniciativa de levar o grupo de estudantes que assistiram o espetáculo no ultimo dia de apresentação. “Essa atividade faz parte do nosso Plano de Ação da Escola, que prevê o desenvolvimento de um projeto sobre vacinação, soro, e o mundo microscópico”. O professor disse que em decorrência da propagação das fake news, as pessoas têm muitas dúvidas sobre vacinação. Por isso é importante atividades que abordem o tema de forma constante dentro e fora das escolas, finalizou elogiandoo espetáculo.

O hepatologista e pesquisador Hugo Perazzo esclareceu muitas dúvidas dos jovens que estiveram na sua atividade Hepatite C tem Cura, que ocorreu no Auditório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), no dia 18. “Nosso objetivo foi passar a mensagem de que é muito importante o diagnóstico da hepatite C, porque não há vacinas para a doença, mas ela tem cura. O tratamento é gratuito e está disponível no SUS”. Ele explicou que o tratamento atualmente dura três meses com a ingestão diária de um comprimido. “A cada 20 pessoas tratadas, 19 são curadas”. Na apresentação, Perazzo explicou também que “o vírus da hepatite C é transmitido com o compartilhamento de instrumentos perfuro-cortantes contaminados (agulhas, alicates de manicure, instrumentos odontológicos etc.), quando não há a esterilização adequada desses instrumentos ou uso descartável (principalmente no caso das agulhas e seringas)”. Ele lembrou que o vírus também pode ser transmitido por transfusão sanguínea e relações sexuais.

As pesquisadoras Patricia Dias de Brito e Paula Simplício da Silva, coordenaram a atividade Estudo da composição corporal e educação nutricional em doenças infecciosas. O stand formou filas nos dois dias em que a atividade foi realizada (19 e 20), para as pessoas medirem a sua circunferência abdominal para avaliar se estavam ou não em risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e para também tirarem dúvidas sobre nutrição saudável.

Patricia explicou que medição da cintura é uma forma extremamente simples para detectar o risco cardiovascular. “Existem pontos de corte (para a circunferência abdominal) dados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que mostram se a pessoa já tem algum risco, a partir do acumulo da gordura na região da barriga”. Patricia explica que essa medida não depende nem de peso, nem de altura. “Quando a circunferência está fora dos padrões preconizados pela OMS, a pessoa precisa ficar atenta à alimentação e à prática de exercícios físicos para eliminar o acúmulo de gordura. Segundo a OMS, a circunferência padrão é definida pelo sexo e pela faixa etária (dos 11 aos 17 anos; e acima dos 18 anos). Aos 11, os meninos devem ter uma circunferência máxima de 72,4 cm, já as meninas de 71,8 cm. A cada ano, há uma pequena variação de forma que, ao chegar aos 17 anos, o rapaz deve ter no máximo 84,9 cm e a moça 79,80 cm. A partir dos 18 anos até as idades mais avançadas, os homens não devem ultrapassar 94 cm de circunferência abdominal e as mulheres 80 cm.

A prevenção ao HIV/Aids ganhou destaque em duas atividades na feira, respectivamente, nos dias 19 e 20. No primeiro dia, foi apresentado e discutido com os alunos Tecnologias de prevenção: do fim até o início, no auditório do Centro de Documentação da História da Saúde (CDHS), Nilo Fernandes e Regina Lana coordenaram a atividade onde foi falado sobre Prevenção Combinada – uma metodologia onde diagnóstico, medidas não farmacológicas (como uso de preservativos) e o tratamento se combinam para oferecer às pessoas formas diferentes de se prevenirem do HIV, como o uso da profilaxia pós exposição ao vírus (PEP) e a profilaxia pré-exposição (PrEP). No dia 20, os coordenadores ofereceram aos estudantes que participaram, a oportunidade de tirarem todas as suas dúvidas sobre o tema na atividade: Tudo o que você gostaria de saber sobre HIV/Aids e tem vergonha de perguntar na sala de aula do Museu da Vida. A participação dos meninos e meninas adolescentes foi dinâmica e animou a todos, já que eles precisavam depositar sua pergunta por escrito numa sacola, que depois ia sendo passada entre os participantes que, sorteados aleatoriamente, deveriam tirar uma pergunta da sacola, ler em voz alta e, se soubessem a resposta, falar para os demais alunos. Formas como o vírus se reproduz no organismo, formas de transmissão e os tratamentos atuais foram a tônica das dúvidas dos alunos.

Também no dia 20, Dayvison Freitas, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatologia Infecciosa, Isabella Dib Ferreira Gremião e Rodrigo Caldas Menezes, do Laboratório de Dermatozoonoses em Animais Domésticos e Rodrigo de Almeida Paes, do Laboratório de Micologia, coordenaram a atividade Esporotricose e Leishmaniose: doenças de gente e bicho (dermatozoonoses) na sala de aula do Museu da Vida. Houve participação de doutorandos e outros membros dos laboratórios. Os pesquisadores levaram para a sala, explicações sobre as doenças, vídeos, folhetos educativos e um microscópio para que os estudantes pudessem visualizar o fungo causador da esporotricose e o protozoário causador da leishmaniose. Rodrigo Menezes explicou que a atividade teve o objetivo de aproximar os alunos da Ciência e “conhecer as principais zoonoses, sendo essa uma ação de educação e saúde já que esperamos que esses meninos e meninas divulguem com seus pares os conhecimentos e as formas de prevenir essas doenças”. Dayvison concorda e reforça que é importante que a Ciência esteja trabalhando associada com a comunidade. “Não adianta termos avanços se não os colocamos em prática e popularizamos os resultados”. O pesquisador destaca ainda que esse tipo de atividade precisa focar, principalmente, nos estudantes já que esses são mais abertos ao conhecimento e costumam compartilhar o que aprendem com a família e com os amigos.

Ainda na quinta-feira, a pesquisadora Rita de Cássia Elias Estrela Marins, do LaPClin Aids, coordenou e apresentou a atividade Você sabe mesmo usar os medicamentos?. Rita destacou que é importante desde cedo as pessoas terem noção sobre a guarda correta dos medicamentos, o uso adequado e observância da prescrição médica.  “Os medicamentos devem ser guardados na sua embalagem original, longe da umidade, de perfumes, do excesso de luz”. Ela destacou também que os remédios não devem ser tomados após o vencimento e nem de forma diferente da prescrita pelo médico (como horário, alimentação, abstenção de álcool etc.)”. Segundo a pesquisadora, a não observância desses critérios pode prejudicar o efeito benéfico do medicamento e, em alguns casos, até trazer outras complicações para a saúde. Rita aconselha ainda evitar guardar medicamentos no banheiro e na cozinha, “já que são áreas úmidas”, explica.  “Dê preferência, à lugares arejados, ao abrigo da luz, da umidade e longe do alcance de crianças pequenas e animais domésticos”, conclui.

Encerrando a participação do INI na 19ª SNCT, Otávio de Melo Espíndola, do Laboratório de Pesquisa Clínica em Neuroinfecções, coordenou a atividade HTLV-1: Você conhece esse Vírus? na Tenda da SNCT. O pesquisador apresentou o vírus, as formas de transmissão e o tratamento para as pessoas que passaram pelo stand.

A participação do INI na 19ֺª SNCT contou com o apoio da Vice-Direção de Pesquisa Clínica (VDPC) e com a coordenação geral da pesquisadora Regina Lana que esteve presente em todas as atividades do Instituto. Regina faz um balanço muito positivo de todo o evento e, em especial, da participação do INI. “Todas essas atividades tiveram o objetivo de aproximar a pesquisa clínica do público jovem, contribuindo para a popularização da ciência e de conhecimentos que promovam a saúde, o bem-estar desses alunos, dos seus familiares e da população como um todo”, afirmou Regina.

A SNCT 2022 é promovida pela Fiocruz e contou com a participação de todos as unidades da Fundação, em seus diversos campi. Neste ano, as atividades que marcaram a semana ocorreram entre os dias 17 e 21 de outubro. Cabe destacar ainda que as atividades contaram com tradução simultânea em libra, o que ampliou a inclusão de pessoas com deficiência auditiva.

A programação completa da Semana e outras informações podem ser acessadas no site da SNCT na Fiocruz.

 

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