INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas

A Direção e toda comunidade do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) manifesta seu profundo pesar pelo falecimento da ativista Jacqueline Rocha Côrtes.

Jacque, como era conhecida, militou desde o início dos anos 90 pelos direitos humanos sobretudo de quem, como ela, vivia com o HIV. Sendo uma mulher trans ela enfrentou o preconceito contra o seu gênero e o estigma em torno da aids.

Sua força e o seu compromisso na luta por inclusão e respeito à diversidade, fizeram dela uma das ativistas mais reconhecidas no Brasil para os direitos da população GLBTQIA+.

Jacque foi uma das lideranças do Movimiento Latino-americano y del Caribe de Mujeres Positivas (MLCM+), e no Brasil do movimento Cidadãs Posithivas.

Além da reconhecida trajetória como ativista, Jacque construiu uma sólida carreira profissional atuando na promoção dos direitos humanos e das políticas públicas no Governo Federal, bem como nas Nações Unidas. Ela foi consultora do então Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) do Ministério da Saúde e serviu como funcionária do escritório do UNAIDS no Brasil e integrou o Conselho Consultivo do UNFPA, também no Brasil. 

A sua vida, luta e trajetória como mulher trans, esposa, mãe, ativista e profissional inspiraram a produção do documentário Meu nome é Jacque, da cineasta Angela Zoé. O filme foi aclamado pela crítica em sua estreia em 2016, e pode ser visto nas principais plataformas de streaming.

A partida de Jacque deixa o movimento social e a todos nós de luto, além do vazio e de uma saudade irreparável no coração daqueles que conviveram com ela e com seu alto astral, uma das suas características.

Jacque tinha 64 anos e deixa marido e um casal de filhos, a quem endereçamos nossos mais profundos sentimentos.