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02/04/2018

Nota de Repúdio


O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz, repudia, com indignação e veemência, a matéria publicada na Revista Época, em sua edição nº 1031, do dia 2 de abril de 2018. Ao mesmo tempo se solidariza com os profissionais da saúde e com os outros entrevistados que porventura tiveram seus depoimentos deturpados ou retirados de contexto de maneira equivocada na matéria intitulada A outra pílula azul – o novo medicamento que está fazendo os gays abandonar a segurança da camisinha, escrita por Danilo Thomaz.

Desde a concepção da capa, que apresenta de forma sensacionalista temas bastante caros para instituições, estudiosos e pesquisadores, a referida reportagem reforça de forma preocupante a questão do estigma e o preconceito aos gays, além de caminhar na contramão dos resultados apresentados no Brasil a partir de pesquisas realizadas por instituições sérias e comprometidas na implementação de políticas públicas eficientes para um problema de extrema complexidade.

Assim, para nós que estamos e somos comprometidos com pesquisas e estudos sobre o tratamento e prevenção da infecção pelo HIV, consideramos inaceitável que as informações publicadas sobre PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e PEP (Profilaxia Pós-Exposição) – além de outras imprecisões contempladas no texto – sejam divulgadas de forma tão equivocada por um veículo de comunicação que tem o dever de apurar a informação e divulgá-la de forma precisa e correta, independente da natureza de sua propriedade. As instituições de pesquisa e a sociedade não podem e não devem ficar caladas com essa injustiça. O sensacionalismo provavelmente movimenta o mercado editorial, mas não colabora no extenuante trabalho para esclarecer e trazer à luz métodos, conhecimentos e estudos para controlar uma epidemia tão abrangente como a do HIV/AIDS.

Com a responsabilidade que lhe cabe, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) vem a público reforçar seu compromisso de contribuir para a melhoria das condições de saúde da população brasileira através de ações integradas de pesquisa clínica, desenvolvimento tecnológico, ensino e assistência de referência na área das doenças infecciosas. E, assim, continuar a zelar pela seriedade e veracidade das informações publicadas por qualquer veículo de comunicação, o que não aconteceu na edição de nº 1031 da Revista Época.

Rio de Janeiro, 02 de abril de 2018.

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