Karina Burini
Na última sexta-feira (27/09), foi realizada a oficina Sorria com Orgulho como parte do evento Transcrições, uma iniciativa voltada para a saúde bucal da população trans. O evento, promovido em parceria com o projeto Prosain, da Universidade Federal Fluminense (UFF), contou com a participação da Fiocruz e discutiu questões relacionadas à vulnerabilidade social e marginalização enfrentada pela população trans no acesso à saúde bucal. A graduanda em história da UFF, Dafne Kora, foi a principal conexão entre o INI e o projeto Prosain, fortalecendo o diálogo entre as instituições.
Carolina Ribeiro, Navegadora de Pares e Educação Comunitária no Laboratório de Pesquisa Clínica em IST e Aids (LapClin Aids) e uma das coordenadoras do projeto Transcrições, destacou o impacto positivo da oficina para as participantes: “O que eu pude ver e presenciar é que a nossa população de mulheres trans e travestis não tem muito conhecimento sobre os cuidados com os dentes devido à falta de atendimento e de compreensão em muitos lugares. Durante a oficina, todas conseguiram tirar suas dúvidas, entender a importância do fio dental e da escovação, além de aprender sobre como lidar com inflamações. Foi uma oficina produtiva, que esclareceu muitas questões. Espero que no futuro possamos ter mais iniciativas como essa, com maior acesso aos cuidados para nossa população.”
A estagiária da equipe do professor Luís Montenegro, Maria Fernanda Horta, também enfatizou a participação ativa do público: "E a gente veio aqui participar de uma oficina com o grupo das meninas e eu achei maravilhoso. Achei elas curiosas, atentas, interessadas no assunto."
Luís Montenegro, professor do Departamento de Planejamento de Saúde da UFF, ressaltou a relevância social do projeto: "Esse projeto é da Universidade Federal Fluminense, e está aqui com parcerias junto à Fiocruz, trazendo um pouco da saúde bucal para a população trans, com uma população extremamente vulnerável. Ele sofre extremamente de vulnerabilidade no seu cotidiano."
Laylla Monteiro, assistente em pesquisa clínica do LapClin Aids e ativista LGBTQIA+, reforçou a importância da conscientização e do autocuidado: “A saúde bucal é uma das tantas áreas da saúde negligenciadas dentro da população trans, que enfrenta barreiras de acesso a serviços de saúde de qualidade. Compreendemos que, além do autocuidado, é essencial lutar por uma saúde coletiva que respeite nossas especificidades.”
O evento refletiu o compromisso com a justiça social e a equidade na saúde, buscando oferecer cuidados especializados e acolhedores para todas as identidades, promovendo o diálogo e o autocuidado para mulheres trans e travestis.