• Diminuir tamanho do texto
  • Tamanho original do texto
  • Aumentar tamanho do texto
  • Ativar auto contraste
Selecione uma tarefa

Início do conteúdo

05/03/2021

Pandemia de Covid-19: as respostas da Fiocruz e do INI


Juana Portugal

O ano letivo 2021 dos Programas de Pós-graduação Stricto e Lato sensu do INI/Fiocruz teve início com a aula inaugural Pandemia de Covid-19: as respostas da Fiocruz e do INI, ministrada por Paulo Buss, ex-presidente da Fiocruz e atual coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), no dia 04 de março. Mediada por Mauro Brandão, Vice-diretor de Ensino, a abertura contou com a participação de Valdiléa Veloso, diretora do INI, e de Cristiani Machado, Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz).

Durante a sua fala Valdiléa destacou a importância do ensino como forma de potencializar o alcance da produção no INI. “Os alunos levam os novos conhecimentos para sua vida profissional e para seus serviços. É uma forma de colaborar com outras instituições”, afirmou, enfatizando em seguida que a equipe da vice-direção de ensino se reinventou em tempo recorde, no ano passado, adotando novas tecnologias. “A rede de solidariedade e apoio nos fortaleceu e permitiu que as barreiras fossem ultrapassadas mesmo nessa situação difícil que vivemos. A pandemia nos desafia e apresenta oportunidades e se reinventar tem sido a tónica do que está acontecendo na Fiocruz. Isso fortalece a instituição e cada um de nós”, concluiu.

Covid-19: cenário atual

“É uma honra ter sido escolhido para proferir a aula inaugural. Fico muito contente e envaidecido de ter sido convidado para falar com os profissionais dessa especialidade que até um tempo atrás não era tão valorizada. Hoje é a especialidade mais importante do mundo, os profissionais de saúde que trabalham com doenças infecto-parasitárias, doenças transmissíveis, são os profissionais mais respeitados. As palavras infectologista, epidemiologista e sanitarista foram ressignificadas e identificadas como amigos e salvadores”, afirmou Paulo Buss no início da palestra.

Em seguida, citando dados do Observatório Covid-19, Buss apresentou a situação atual, mostrando que pela primeira vez o agravamento da pandemia é simultâneo e em diversos indicadores, com grande aumento no número de casos, óbitos, altos níveis de incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), grande volume de testes positivos e sobrecarga dos centros hospitalares. Em seguida, citou as medidas que poderiam ser tomadas envolvendo o sistema de saúde contemplando: injeção de recursos, fortalecimento da vigilância em saúde, ampliação da capacidade assistencial e aceleração da vacinação.

Por outro lado, segundo o pesquisador também é necessário fortalecer, junto à população, a adoção de medidas de mitigação preventivas (distanciamento físico, uso de máscaras e higiene das mãos) e medidas de supressão (adoção de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais) seguindo critérios técnicos. Neste sentido, Buss destacou também a importância de implementar estratégias de comunicação com a realização imediata de campanhas informativas para a comunicação e medidas de mitigação dos impactos sociais junto à população mais vulnerável. “Gostaria de mencionar que existe uma negociação em andamento com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para traduzir e/ou legendar em espanhol o material produzido pelo Canal Saúde. O trabalho da Fiocruz se estende para a América do Sul e para os demais países integrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, informou.

Para o pesquisador, a presença nacional da Fiocruz e a sua articulação estratégica em todos os níveis do SUS, através da sua atuação nas áreas de educação e formação de recursos humanos, pesquisa, assistência e produção de vacinas e medicamentos, são fatores chave para o enfrentamento da Pandemia. Neste sentido, a Fundação se organizou em seis eixos: atenção à saúde; apoio diagnóstico; ciência, tecnologia e inovação; informação e comunicação; apoio a populações vulnerabilizadas e; educação. Paralelamente a Fiocruz possui várias iniciativas de integração e análise de dados sobre a pandemia como o Observatório Covid-19, a Rede CoVida e o Infogripe. “O INI tem papel central na atenção à saúde. Fiquei muito entusiasmado com a criação do Centro Hospitalar Covid-19. É um orgulho para os brasileiros, para o sistema de saúde, para a Fiocruz e o INI”, afirmou, destacando também a participação do Instituto em ensaios clínicos internacionais.

Buss informou que o CRIS produz um boletim quinzenal com uma análise sobre a situação global da Covid-19, com análises focadas em diplomacia global, além de programar seminários sobre o tema. Além disso, o CRIS lançou o livro Diplomacia da Saúde e Covid-19: reflexões a meio caminho.

'Novo normal'

“O mundo tem que mudar e isso não quer dizer voltar ao que tínhamos anteriormente. O ‘novo normal’ tem que ser ‘novo normal’. Não pode ser o que nos trouxe até aqui. Se não houver mudança a catástrofe está garantida com pandemias cada vez mais letais e mais difíceis de controlar, inclusive com sobreposição de pandemias e sobreposição de agentes infecciosos, em situações sociais e econômicas cada vez mais difíceis”, alertou o pesquisador ao encerrar a sua fala. “Que os profissionais que estão entrando hoje neste extraordinário Instituto saibam que a sociedade brasileira confia em vocês. A dedicação e empenho de cada um será extremamente importante. Sejam bem-vindos e que tenham um excelente programa de capacitação e formação”, concluiu.

Confira a aula inaugural na integra clicando aqui.

Voltar ao topoVoltar