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03/10/2021

Pesquisador do INI ganha prêmio de melhor trabalho em hemoterapia no Congresso Brasileiro de Hematologia


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

Alexandre Gomes Vizzoni, coordenador da Agência Transfusional do INI, apresentará o estudo Hemovigilância: implementação da busca ativa no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, ganhador do prêmio de melhor trabalho em hemoterapia no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo Play 2021), que acontecerá de 27 a 30 de outubro. Vizzoni participará de uma vídeo-aula no dia 28 de outubro, às 13h30, para falar sobre a pesquisa vencedora.

Segundo o pesquisador, a hemovigilância está inserida nas ações de Vigilância em Saúde desenvolvidas no Brasil e representa uma das áreas estratégicas de atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. A incorporação das ações de hemovigilância no Sistema Único de Saúde (SUS) traduz-se como um processo importante dentro da qualificação da medicina transfusional. Dessa forma, o objetivo maior da hemovigilância é o direcionamento de ações que ampliem e aprimorem a segurança nas transfusões sanguíneas, com particular ênfase nos incidentes transfusionais. Sua principal inserção ocorre na perspectiva de um sistema de avaliação e alerta, organizado com o objetivo de recolher e avaliar informações sobre os efeitos indesejáveis e/ou inesperados da utilização de hemocomponentes, a fim de prevenir seu aparecimento ou recorrência.

Para analisar os dados coletados no período de abril/21 a julho/21, no Centro Hospitalar para Pandemia de Covid-19 do INI, foi utilizado um checklist através do software REDCap (Research Electronic Data Capture) contendo informações obrigatórias pela legislação brasileira com relação ao pedido médico de transfusão e a evolução no hemocomponente. “Verificamos questões como informação sobre o tipo de hemocomponente transfundido, identificação do número, volume e tipagem sanguínea, horário e sinais vitais no início da instalação do hemocomponente, após 15 minutos de transfusão, e ao término da hemotransfusão”, destacou Vizzoni.

O estudo analisou 864 hemocomponentes e entre os dados obtidos observou-se, que na solicitação médica da transfusão, estavam presentes os dados laboratoriais em 91,4% dos casos, as informações sobre a modalidade de transfusão em 85,5%, a doença de base em 94,9%, a indicação clínica em 97,6%, as informações de antecedentes transfusionais em 88,1%, e as informações acerca de necessidade de procedimentos especiais em 89,6% dos registros.

“Com relação à evolução do hemocomponente realizado pela equipe de enfermagem, obtivemos as seguintes informações: 94,7% traziam o tipo de hemocomponente transfundido, 83% relataram o número da bolsa, 88,3% o volume, 91% a tipagem ABO/RhD da bolsa, 92,1% o horário do início da transfusão, 86,1% o horário do término da transfusão, 92,4% registraram os sinais vitais no início da transfusão, 89,5% após 15 minutos de transfusão e 85,5% ao término da transfusão. Além disso, em 85,7% das evoluções de enfermagem foi possível identificar registros sobre a ocorrência ou não de reações transfusionais”, informou o pesquisador.

Os dados iniciais apontam para a necessidade de treinamento das equipes do serviço médico e de enfermagem e uma sensibilização acerca da importância dos registros desses dados nos prontuários dos pacientes. Segundo Vizzoni, os resultados obtidos permitiram ainda solicitar à equipe de Tecnologia da Informação do Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19 do INI para customizar a solicitação médica de transfusão no software MV, voltado para gestão hospitalar, de forma a não permitir a sua finalização sem que todos os dados obrigatórios pelas normas vigentes em hemoterapia estejam devidamente presentes.

“O estudo trata de uma avaliação pós-utilização dos hemocomponentes, na perspectiva de incorporar informações para análise mais consistente dos resultados mais e promover políticas de redução de risco para aperfeiçoamento do processo hemoterápico, visando a segurança transfusional. A coleta de dados é indispensável para subsidiar o processo de produção de informação. A qualidade desta depende da adequada coleta do dado gerado onde o evento ocorreu. Assim, a força e o valor da informação dependem da precisão com que o dado é gerado. No caso das reações transfusionais, é no nível local que os dados devem ser primeiramente tratados e estruturados para se constituírem em informação capaz de subsidiar os processos dinâmicos de planejamento, avaliação, manutenção e aprimoramento das ações focadas para a segurança transfusional”, explicou o pesquisador.

Além de Alexandre Vizzoni, colaboraram no trabalho Hemovigilância: implementação da busca ativa no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas o técnico em Saúde Pública Antônio Fernando Pascoal, a farmacêutica Flavia Medeiros da Silva, e a médica Joanna  Bokel, todos integrantes da Agência Transfusional do INI.

Hemo Play 2021

O Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (Hemo Play 2021) que acontecerá de 27 a 30 de outubro, de forma online, e organizado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), é considerado um dos maiores eventos da América Latina na área de hematologia, hemoterapia, terapia celular e transplante de medula óssea. O evento reunirá médicos, profissionais de saúde, cientistas e pesquisadores para abordar os tratamentos mais promissores na área, de forma a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, desde o diagnóstico efetivo até uma possível cura.

Mais informações sobre o Hemo Play 2021 podem ser obtidas aqui.

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