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05/09/2018

Podemos e devemos eliminar a malária no Brasil?


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

Podemos (e devemos) assumir o compromisso de eliminar a malária no Brasil?, debate promovido pela XV Reunião Nacional de Pesquisa em Malária durante o MedTrop 2018 reuniu, no dia 04/09, os pesquisadores do INI, André Siqueira, e da USP, Marcelo Ferreira, para refletir sobre a questão. A malária, doença infecciosa febril aguda causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, é curável quando tratada em tempo oportuno e de forma adequada. No Brasil, a maioria dos casos se concentra na região Amazônica, embora outras áreas da federação apresentem notificações da doença.

Para os pesquisadores não é só possível, mas mandatório, eliminar a doença, mesmo que para isso seja necessário o estabelecimento de um novo pacto estipulando novo prazo para que o Brasil alcance esse objetivo. Mas para que isso ocorra é necessário pensar na integração das ações de controle da doença no SUS e ampliar a relação entre serviço e academia.

O pesquisador Marcelo Ferreira lembrou que 80% dos casos de malária no Brasil estão concentrados em 35 municípios. “A realidade é que a gente sabe aonde ir para enfrentar a doença. Só que temos que compreender que a malária traz diferentes contextos epidemiológicos conforme a região onde se apresenta como, por exemplo, as ações para se eliminar a malária de uma área rural são diferentes das que devem ser adotadas em uma zona de garimpo, urbana ou indígena”, explicou.

“Existem muitos empecilhos e são colocadas muitas dificuldades para que possamos progredir e assumir o compromisso de eliminar a malária no Brasil. Devemos transpor esses obstáculos porque a malária é uma doença cuja existência não devemos tolerar ou aceitar a ocorrência de qualquer episódio. Pessoas adoecem quando temos recursos capazes de eliminar sua transmissão. Seu enfrentamento exige um compromisso da academia, dos serviços de saúde e dos gestores. Um dos papéis da comunidade científica é produzir as evidências e encontrar os recursos necessários para assumir esse acordo de forma enfática”, afirmou André Siqueira.

O consenso, ao final dos debates, é que a população exposta à malária deseja e precisa, com urgência, de ações que sejam efetivas.

Fotos: Antonio Fuchs

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