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22/03/2018

Projeto Terapêutico Singular foi tema da aula inaugural dos cursos de pós-graduação Lato sensu do INI


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

O Projeto Terapêutico Singular (PTS), conjunto de propostas de condutas terapêuticas elaboradas para um indivíduo ou um coletivo como resultado da discussão de uma equipe multidisciplinar, foi o tema da aula inaugural dos cursos de pós-graduação Lato sensu do INI, no último dia 12 de março. A aula foi ministrada pela assessora da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Adriana Coser Gutiérrez, no auditório do Pavilhão de Ensino. Segundo a palestrante, todas as opiniões apresentadas no PTS são importantes para ajudar a entender melhor o paciente e sua relação com a doença. A atividade foi coordenada por Celina Mannarino, pesquisadora do INI. Em seguida, uma mesa redonda colocou em debate a implementação do PTS no INI. Os alunos receberam as boas vindas do vice-diretor de Ensino, Mauro Brandão, e da coordenadora dos cursos de pós-graduação Lato sensu, Suze Rosa Sant' Anna.

Proposto pelo médico sanitarista Gastão Wagner de Sousa Campos, na Unicamp, o PTS foi discutido em diversas esferas de atenção e de gestão do SUS. É uma variação da discussão do caso clínico, valorizando sempre a opinião de uma equipe multidisciplinar. "A incorporação da nomenclatura ‘singular’ em vez de ‘individual’ remete à necessidade de diferenciar cada paciente, dada a nossa tendência de igualar a todos pelo diagnóstico. Por exemplo, ao falar que um paciente é hipertenso, estamos generalizando a doença sem levar em conta as particularidades da pessoa. O PTS pensa a oferta terapêutica para cada um", explicou Adriana. Ainda segundo a palestrante, são cinco os pontos que devem ser observados durante o processo de elaboração e execução do Projeto: o diagnóstico, a definição de objetivos, a distribuição de tarefas e prazos, a coordenação e negociação com o usuário e a reavaliação após o tratamento.

Durante sua fala Adriana destacou alguns pontos que facilitam a incorporação do PTS no dia a dia de uma instituição, tais como reuniões de equipe, apoio matricial, anamnese ampliada, a diferenciação de Projeto Terapêutico Singular de Plano Terapêutico e a necessidade de se criar mecanismos de registros do PTS.

A adoção do PTS no INI

Após a palestra de Adriana Coser Gutiérrez, a coordenadora da Atenção de Pacientes Internos do Hospital Evandro Chagas do INI, Denise Medeiros e as pesquisadoras Lívia Dumont Facchinetti, Patricia Dias de Brito e Tereza Cristina Coury Amin, participaram de uma mesa redonda com o tema O projeto terapêutico singular no INI. Lívia Dumont, uma das coordenadoras do curso de especialização em Fisioterapia Hospitalar com ênfase em Doenças Infecciosas, lembrou que a implementação do PTS no Instituto ocorreu primeiramente na internação, uma vez que mais da metade dos pacientes do Hospital Evandro Chagas estavam com tempo de internação acima do previsto e era necessário entender melhor essa situação a fim de remediá-la.

Em seguida, Denise Medeiros falou sobre os benefícios para os pacientes ao contar como o PTS colaborou na recuperação de uma paciente portadora de Doença de Chagas, com megaesôfago e problemas cardíacos. “Foi através da troca de informações e divisão de saberes que conseguimos mudar o olhar profissional sobre essa paciente. As diversas especialidades tiveram um papel fundamental para o tratamento positivo dela”, afirmou.

Para Patrícia Dias de Brito, uma das coordenadoras do curso de Especialização em Nutrição Aplicada à Infectologia, nenhuma especialidade ofertada no INI consegue resolver o problema de um paciente sozinha. “O PTS é a soma dos saberes e ao adotá-lo iniciamos um projeto piloto de acompanhar alguns pacientes que recebiam alta ainda desnutridos. Constatamos que o índice de reinternação deles era menor do que os de pacientes com o mesmo perfil, mas que não eram acompanhados por nossa equipe nessa pós-alta”, informou.

Por fim, Tereza Cristina Coury Amin, coordenadora do curso de especialização em Psicologia Hospitalar na Área de Infectologia, também valorizou a importância do PTS como forma de enriquecer e melhorar os serviços ofertados no hospital do INI. “Com a adoção do PTS, nós trazemos a subjetividade do usuário ao mudarmos nosso olhar sobre ele. Temos que levar em conta também o vínculo que o paciente acaba estabelecendo com algum membro da equipe do hospital e levar isso, de alguma forma, para seu processo de cura”, destacou.

Programa Lato sensu é apresentado aos novos alunos

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação Lato sensu do INI, Suze Rosa Sant'Anna, recepcionou os novos alunos dos quatro cursos de especialização que iniciaram as aulas na segunda-feira, dia 12 de março: Enfermagem em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Psicologia Hospitalar na Área de Infectologia, Nutrição Clínica Aplicada à Infectologia e Fisioterapia Hospitalar com ênfase em Doenças Infecciosas, este ofertado pela primeira vez no INI. “Estamos trabalhando essas especializações com uma grade curricular comum a elas, já pensando na proposta para iniciar, futuramente, uma residência multiprofissional”, informou.

Já o vice-diretor de Ensino do INI, Mauro Brandão, também esteve na recepção aos alunos e destacou que o objetivo dos cursos da unidade é gerar conhecimento nas diferentes áreas de atuação, promovendo assim uma articulação entre serviço e pesquisa na área da infectologia.

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