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08/12/2017

Trabalho do INI recebe menção honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2017


Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal

O doutorando do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas do INI Dhelio Batista Pereira ganhou, na segunda-feira (04/12), menção honrosa na primeira edição do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses, oferecido pela Presidência da Fiocruz. O trabalho Estudo de eficácia e segurança de um novo co-blister de cloroquina e primaquina para tratamento de malária por Plasmodium vivax não complicada teve como orientadora a pesquisadora e chefe do Laboratório de Parasitologia do Instituto, Graziela Maria Zanini. O prêmio, que visa distinguir teses de elevado valor para o avanço do campo da saúde em diversas áreas temáticas de atuação institucional, foi recebido pelo subchefe do Laboratório, Sidnei da Silva, durante solenidade no auditório do Museu da Vida, na segunda-feira, 4 de dezembro.

Na cerimônia de entrega, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, ressaltou que o Prêmio Oswaldo Cruz de Teses marca o reconhecimento de trabalhos que se destacam, não apenas pela sua qualidade científica nos programas da Fundação, mas que contribuem para a obtenção das avaliações positivas que os cursos da Fundação têm recebido da Capes, maior instância da avaliação acadêmica nacional.

Já o vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Manoel Barral Netto, explicou que a Presidência decidiu criar esse prêmio como uma das atividades do Ano Oswaldo Cruz 2017, data do centenário do falecimento do patrono da Fundação, de forma a valorizar, ainda mais, o ensino na instituição. A expectativa da VPEIC é que o Prêmio seja anual e entregue sempre no mês de outubro, durante a Semana do Professor.

Por fim, Jefferson Campos, representante da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz, lembrou que o prêmio reconhece e destaca processos de trabalho desenvolvidos por discentes, com apoio de orientadores e grupos de pesquisa de forma a levar novos conhecimentos para a sociedade.

Trabalho inovador no campo da malária

Dhelio Batista Pereira possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Biologia Experimental pela Universidade Federal de Rondônia e doutorado pelo INI, concluído em junho de 2016. Atualmente é professor assistente da Universidade Federal de Rondônia e diretor clínico do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia, além de ser pesquisador da Fiocruz Rondônia.

O Estudo de eficácia e segurança de um novo co-blister de cloroquina e primaquina para tratamento de malária por Plasmodium vivax não complicada foi proposto para avaliar a apresentação de dois medicamentos em uma só embalagem contra a malária. “Sobretudo, avaliou-se a capacidade de cura e segurança de uma nova formulação de cloroquina 150 mg, com revestimento - retirando o sabor amargo -, administrada em associação com primaquina 15 mg para o tratamento de malária não complicada causada por Plasmodium vivax, em condições controlada e assistida”, explicou o doutorando.

Segundo Dhelio, “cerca de um terço da população mundial se encontra em área de transmissão da malária vivax e, apesar de não resultar em morte na maioria dos casos, este tipo de malária tem grande impacto na saúde, no desenvolvimento socioeconômico e na qualidade de vida das populações mais afetadas. O uso de medicamentos de baixa qualidade e os esquemas de tratamento por períodos longos e ingestão frequente de comprimidos leva ao abandono do tratamento antes do seu fim, sem que haja cura, favorecendo a transmissão da malária e o surgimento de cepas resistentes às drogas atuais”.

Para o doutorando, melhorias na formulação farmacológica e na apresentação do produto, como alteração do sabor pelo revestimento do comprimido e do empacotamento conjunto, em doses adequadas para peso e idade podem resultar em incremento da adesão dos pacientes, e logo, ampliar a efetividade do tratamento da malária causada pelo Plasmodium vivax.

Dhelio conduziu um estudo realizado em um centro, localizado na região amazônica, Brasil, contando com 88 participantes, desenhado para provar taxa de cura superior a 90% em pacientes com malária vivax não complicada e que foram acompanhados por 28 dias. Como resultado, encontrou-se que 98,8% dos 82 pacientes que completaram o estudo evoluíram com cura e todos os participantes alcançaram o nível de cloroquina no sangue necessário para o combate à doença.

“Assim, pode-se concluir que o tratamento é seguro e eficaz no tratamento da malária vivax não complicada para a população estudada e atende aos objetivos propostos e às recomendações da OMS para uso de esquema antimalárico no país, ou seja, cura superior a 90% dos pacientes tratados, o que permitirá o registro desta nova formulação de cloroquina junto à Anvisa, sendo assim, a primeira cloroquina revestida com registro nas Américas, abrindo a oportunidade de recomendação de uso pela OMS. Além da cloroquina revestida, a apresentação associada à primaquina em co-blister terá um grande impacto na efetividade do tratamento e deverá ser avaliada em estudo futuro”, explicou Dhelio.

Confira abaixo todos os vencedores do Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2017.

Saúde Coletiva
1º lugar: Mauricio Lisboa Nobre
Orientadora: Euzenir Nunes Sarno
Tese: Estratégias para bloquear a transmissão da hanseníase em município hiperendêmico – Mossoró/RN

Medicina
1º lugar: Bruno Jorge de Andrade Silva
Orientadora: Roberta Olmo Pinheiro
Tese: Mecanismos de regulação autofágica em pacientes com hanseníase e seu papel na imunopatogênese da reação reversa em pacientes multibacilares

Ciências Biológicas Aplicadas à Saúde e Biomedicina
1º lugar: Caroline Xavier de Carvalho
Orientador: Milton Ozório Moraes
Tese: Influência genética durante a infecção por dengue: polimorfismos de base única associados a dengue grave e seus efeitos funcionais

Ciências Humanas e Sociais
1º lugar: Gabriel Lopes Anaya
Orientadora: Magali Romero Sá
Tese: Anopheles Gambiae: do invasor silencioso ao "feroz mosquito africano" no Brasil (1930-1940)

Menções honrosas
Beatriz Coronato Nunes (IOC); Carla Costa Garcia (Icict); Dhelio Batista Pereira (INI); Raquel Martins Lana (Ensp); Renata dos Santos Almeida (Fiocruz Pernambuco) e Sheila Soares de Assis (IOC).

 

Fotos: Antonio Fuchs (INI) / Foto de capa: Peter Ilicciev (CCS/Fiocruz)

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