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23/01/2014

Revista publica artigo sobre modelo de atenção integral utilizado em laboratório


Priscila Sarmento

A revista de Epidemiologia e Serviços de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) publicou o artigo Atenção Integral e Eficiência no Laboratório de Pesquisa Clínica em Doença de Chagas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec): 2009-2011, com a participação do Diretor do Ipec, Alejandro Hasslocher e do Chefe do Laboratório de Pesquisa em Economia das Organizações de Saúde (LAPECOS), Marcelino José Jorge, na concepção do estudo, orientação do trabalho e redação do artigo. Colaboraram, também, Andréa Silvestre de Sousa, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do Brasil e Sérgio Salles Xavier na orientação do trabalho e no delineamento da pesquisa. Natália de Barros Barreto, Cristina Monken Avellar, Daniela de Souza Ferreira e Alexandre Monken Avellar auxiliaram no levantamento bibliográfico, coleta e análise dos dados, e na revisão da redação do artigo.

O objetivo do trabalho é caracterizar o grau de diversificação dos procedimentos requeridos do Modelo de Atenção Integral no tratamento de doença de Chagas e analisá-lo quanto à eficácia no uso de recursos em 2009-2011.

O estudo

O estudo decorre da preocupação de divulgar os resultados de alguns anos de experiência do modelo de Atenção Integral no Ipec. E, em particular, sobre os avanços obtidos no que diz respeito às pesquisas em doença de Chagas segundo o Modelo de Atenção Integral.

O chefe do LAPECOS, Marcelino José Jorge, explica a importância da publicação e sua finalidade. “Essa divulgação é importante porque, hoje, ela é feita com dados objetivos sobre os resultados desse modelo em termos de efetividade de resolução, e também porque ela é possível a partir da coleção de informações sobre as despesas que o Ipec tem feito com essa experiência ao longo desses anos. Sem dados objetivos, é difícil avaliar, e mesmo convencer o público especializado sobre o resultado dessa experiência de ação integrada. Que, por alguns, é confundida como mera assistência, ou pesquisa ainda a ser legitimada e, por outros, é confundida com abordagem organizacional que só encarece os tratamentos e exige muitos recursos”. Segundo Marcelino, era preciso relatar os resultados e mostrar o que cada laboratório estava gastando e com o que gastava, além de fundamentar a justificativa de que o modelo tem predicados de eficiência, de efetividade na atenção e de obtenção de resultados úteis para o desenvolvimento dos serviços de saúde.

A publicação é o canal de comunicação com a comunidade especializada e desejavelmente com o público em geral. A divulgação desses resultados da avaliação econômica complementa a reputação que o programa do laboratório de Chagas vem acumulando pelo atendimento, pela presença nos fóruns especializados epela publicação dos textos específicos da área de conhecimento das Ciências da Saúde. “Em termos organizacionais, estamos conduzindo uma experiência que tem resultados auspiciosos para a saúde pública, como a de organizar a atenção em doenças infecciosas negligenciadas. O que o Ipec tem de experiência nesse sentido? Essa é a ideia”, conclui.

Em 1999, o Ipec adotou a estrutura organizacional do Programa de Ação Integrada (PAI). Com o objetivo de integrar as atividades de diagnóstico laboratorial, assistência, pesquisa e ensino sobre doenças infecciosas. Tal estrutura procura tornar o Ipec referência nessas atividades, com vistas a mobilizar mais recursos para a pesquisa clínica de doenças infecciosas selecionadas em função da sua importância no quadro nosológico brasileiro.

A presença do Ipec nessa reestruturação foi através da implantação dessas ações integradas em várias doenças selecionadas, como doença de Chagas, Leishmaniose, HIV, entre outras. “Nessas doenças, procurou-se organizar o trabalho sempre combinando os objetivos da pesquisa, do ensino e da assistência, para promover a pesquisa clínica que se desenvolve com base nas evidências colhidas nos contatos e no atendimento dos pacientes. Essa era a proposta diferenciadora do Ipec em relação às outras Instituições. Com tais características, a experiência procurou obter o aval do observador externo”.

Marcelino explica que, quando a organização trabalha com áreas diversificadas, fazer a avaliação do desempenho do conjunto das suas atividades requer uma unidade de conta. Em geral, os seus serviços e recursos são especializados e muitos não têm um valor estabelecido pelo mercado,como, por exemplo, um novo sistema de arquivamento de dados. “O mercado não atribui um preço a essa ferramenta. É necessário que o método de avaliação transforme bens e serviços em valores que permitam julgar se o que eles representam é pouco ou se é muito, se é igual ou maior,” completa. Ter um sistema de gerenciamento de custo da organização orientada pelo Modelo de Atenção Integral apropriando valores, permite lidar com a sua diversificação, somar coisas diferentes, já que as suas atividades são diversificadas, englobando assistência, pesquisa e ensino. E, tendo cada uma delas várias manifestações diferentes de produtos e serviços, é preciso dispor de um método que possa avaliá-las em conjunto, contar com as ferramentas apropriadas e, ao mesmo tempo, é necessário ter documentados todos os procedimentos e resultados desse esforço de medição, para que o observador externo tenha confiança na avaliação.

O artigo recorre ao resultado da análise do desempenho conjunto das diversas atividades de cada PAI do Ipec. Recomendável para a avaliação da eficácia dessa estrutura de atenção integral, que incorpora, simultaneamente, atividades de ensino e pesquisa. Mostra que o modelo é eficaz; que os gastos estão sendo necessários para a aquisição de novos equipamentos, o controle de qualidade e a consolidação de um exemplo de referência.

“Confirma que o Modelo de Atenção Integral do LAPCLIN-CHAGAS é um modelo efetivo, porque o laboratório diversificou os serviços prestados de uma forma suficientemente abrangente, dando conta da sua missão, e exibiu eficiência no uso dos recursos”, diz Marcelino. O resultado do levantamento das despesas realizadas, dos tipos de serviços produzidos e das respectivas quantidades mostrou que a Ação Integrada do laboratório de Chagas presta cerca de 300 tipos de serviços em assistência a cada ano desde 2009. Por sua vez, o cálculo de um modelo analítico de Análise Envoltória de Dados permitiu avaliar a evolução do desempenho das Ações Integradas do Ipec ao longo do período 2002-2011, mostrando que o desempenho do laboratório de Chagas convergiu para o desempenho médio do conjunto dos laboratórios do Ipec e experimentou um crescimento de eficiência de 19% no período 2009-2011. Ou seja, que o laboratório tem uma estratégia pró-eficiência de busca de ganhos de eficiência e eficácia, trazendo novas evidências de que o Modelo de Atenção Integral é adequado para desenvolver a atenção em doenças infecciosas, tropicais e negligenciadas.

 

 

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