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04/09/2018

A busca ativa como estratégia de prevenção de casos graves de Leishmaniose Visceral


Texto: Juana Portugal

A busca ativa como estratégia para fazer frente aos desafios impostos no novo cenário epidemiológico que surge devido à expansão territorial das Leishmanioses no Brasil, essa foi proposta apresentada pelo pesquisador Mauro Marzochi, do Laboratório de Vigilância de Leishmanioses do INI, durante sua intervenção no ChagasLeish 2018, reunião satélite do MedTrop 2018. Para Marzochi, políticas de acompanhamento com ênfase de busca ativa são o caminho para evitar casos graves e desfechos fatais de Leishmaniose Visceral Humana.

"A doença evolui progressivamente e vai comprometendo o organismo do indivíduo sem que a família ou o paciente percebam sua gravidade e por isso não procuram atendimento. A estratégia da busca ativa propõe utilizar um instrumento que já está presente no Sistema Único de Saúde, o Programa Saúde da Família como forma de prevenção", explicou o pesquisador. Ao visitar as residências, o Agente de Saúde pode detectar casos suspeitos da infecção - pacientes que apresentem febre contínua por duas ou mais semanas - e fazer o encaminhamento para o centro de saúde promovendo um diagnóstico e tratamento precoces. "A oficialização dessa estratégia como forma de controle é a nossa reivindicação, pois a Leishmaniose Visceral é uma doença que vem se urbanizando e aparecendo em lugares onde é desconhecida pelos centros de saúde e pela população", concluiu.

A mesa "Novos Cenários Clínico-Epidemiológicos que emergem com a expansão da Leishmaniose Visceral", coordenada por Dorcas Lamounier Costa, descreveu a evolução territorial da doença detalhando seu avanço nas regiões sul e sudeste. "No passado a Leishmaniose estava confinada nas regiões norte e nordeste e agora está mostrando essa tendência de avanço, inclusive em regiões de mata atlântica de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estados que eram considerados imunes", destacou a coordenadora. Diferenças genéticas no parasita foram apresentadas como um caminho para entender o avanço da doença nos territórios, na infecção de insetos vetores e nas características clínicas da evolução dos pacientes. Encerrando a atividade foi destacado o grande impacto que este agravo representa na saúde da população indígena.

Leishmaniose Visceral

A Leishmaniose Visceral é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. Os transmissores são insetos conhecidos popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Estes insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi.

Saiba mais sobre a doença, seus sintomas, tratamento e prevenção acessando o site do Ministério da Saúde. Clique aqui.

Fotos: Juana Portugal

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