Doenças fúngicas e o meio ambiente marcam a participação do INI no terceiro dia do Medtrop2025
Por Julliana Reis Ed. Alexandre Magno
Nessa quarta-feira (04/11), o INI foi representado por duas pesquisadores na mesa Doenças fúngicas no contexto de saúde única, que buscou entender a interdependência que ambiente, animais e humanos têm entre si, uma vez que todos precisam estar bem para que se tenha uma saúde plena. A partir disso, foram abordadas doenças fúngicas que em alguma medida sofrem o impacto das mudanças do ambiente, tanto no perfil epidemiológico quanto clinico.
A médica e pesquisadora Priscila Marques de Macedo, além de ter sido moderadora da mesa, ministrou a primeira palestra com o tema Determinantes ambientais e doenças emergentes: o caso da paracoccidioidomicose (PCM). “A PCM é uma doença com um papel marcante na interação do ser humano com o ambiente. Porque as pessoas se infectam com o fungo em contato com o solo, através de trabalho rural, desmatamento, pela construção civil e toda atividade que gere poeira rica em fungos”, afirmou. Ela explicou que destacou na sua apresentação aspectos de intervenção humana no meio ambiente que estão gerando aumento da ocorrência de infecção. “Como por exemplo, as questões da expansão agropecuária pelo país, a exposição de tribos indígenas a mudanças nos seus padrões de subsistência, a construção de hidrelétricas, entre outros”, exemplificou.
Já a médica veterinária Isabella Gremião concluiu a mesa ministrando a palestra Esporotricose na perspectiva da saúde única: um desafio entre humanos, gatos e o meio ambiente. Ela abordou aspectos gerais da doença que afeta animais e humanos e explicou como o acometimento é um ótimo exemplo do conceito de Uma Só Saúde. “A esporotricose vem se expandindo desde 1998”. Ela destacou que, atualmente, o Brasil é o epicentro mundial da forma zoonótica. “Precisamos de uma integração de ações da esporotricose humana e animal para ter um controle mais efetivo, tornado essa doença o modelo que representa totalmente a interface de Uma Só Saúde”, explicou a veterinária.
A mesa contou também com a participação do pesquisador e doutor em Biologia Molecular, Guilherme Maranhão Chaves que fez a palestra con o tema: Cryptococcus spp. e gêneros relacionados (Papiliotrema e Naganishia) de origem clínica e ambiental: abordagem em saúde pública.
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) participa do 60º Congresso de Medicina Tropical (Medtrop 2025) – organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) – que acontece em João Pessoa, na Paraíba, entre os dias 2 e 5 de novembro.
Considerado o maior evento multidisciplinar em Medicina Tropical da América Latina, o Medtrop reúne mais de 3 mil participantes. Saiba mais sobre a participação e a programação do INI neste último dia de evento aqui.
Confira também a programação completa do Medtrop.





















