INI destaca avanços no enfrentamento da epidemia de HIV/aids durante participação na 6ª edição do HIV Leaders
Por Julliana Reis



O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) participou da 6ª edição do HIV Leaders, promovida pela GSK/ViiV Healthcare, nos dias 29 e 30 de agosto, no Rio de Janeiro. O evento tinha por objetivo discutir o futuro da prevenção e do tratamento do HIV/Aids, com foco em tecnologias de ponta e no papel central da ciência. Entre os especialistas de renome presentes estavam o diretor do INI, Estevão Portela; a vice-diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do INI, Valdiléa Veloso; e Beatriz Grinsztejn, que além de chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em HIV, Aids, IST e Hepatites (LaPClin-Aids) do INI, também é presidente da International Aids Society (IAS).
Em sua apresentação, Estevão destacou como a evolução das terapias antirretrovirais transformou a realidade das pessoas vivendo com HIV, mas sem deixar de apontar limitações importantes.
“Será que não está na hora de pensarmos no início do tratamento já com esquemas mais simplificados?”, questionou o diretor do INI. “Estamos em uma era em que qualidade de vida é central. Não basta controlar o vírus: é preciso pensar no envelhecimento da população com HIV, nos efeitos colaterais a longo prazo e na adesão”, concluiu Estevão.
Já Valdiléa trouxe para o debate um panorama da epidemia no Brasil e ressaltou conquistas históricas. “Na América Latina, ao contrário de outras regiões, tivemos 13% a mais de novas infecções. Nosso desafio aqui é enorme”, afirmou.
Ela relembrou ainda que, em 1986, a OMS previa que o Brasil teria 1 milhão de pessoas vivendo com aids em 1991. “O que mudou essa história foi a resposta brasileira, baseada em ciência, prevenção e direitos humanos. Nada teria sido possível sem o Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressaltou a vice-diretora.
Por fim, Beatriz, apresentou resultados de pesquisas sobre os injetáveis de longa duração. Segundo ela, os estudos HPTN 083 e 084, realizados no Brasil e em outros países, comprovaram a superioridade do novo método. A médica, no entanto, fez alertas. “Por ser muito potente, o cabotegravir pode atrasar a detecção de novas infecções nos testes rápidos. Isso exige ajustes nos protocolos para evitar resistência viral”, explicou.
Ela finalizou defendendo mais opções para a população. “Assim como nos contraceptivos, cada nova alternativa pode aumentar em 4% a 8% a adesão. Quanto mais escolhas, maior será o impacto na prevenção”, enfatizou a presidente da IAS.
Com informações e fotos da Agência Aids. Para ver as matérias na íntegra, acesse os links abaixo: