INI realiza 2º Hackathon em Pesquisa Clínica em parceria com Firjan e UFF
Por Karina Burini | Edição Alexandre Magno
O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) realizou, nessa quarta-feira (03/12), o 2º Hackathon em Pesquisa Clínica, em parceria com a Firjan e a Universidade Federal Fluminense (UFF). O encontro ocorreu na Casa Firjan, em Botafogo, reunindo 30 alunos de programas de mestrado e pós-doutorado do INI/Fiocruz e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), estudantes de Computação da UFF, Discentes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), alunas do Instituto Gonçalo Moniz – Fundação Oswaldo Cruz (IGM/Fiocruz) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), divididos em 5 grupos para desenvolver soluções tecnológicas aplicadas à saúde.
O vice-diretor de Ensino do INI/Fiocruz, Alexandre Vizzoni, afirmou que a iniciativa ampliou as possibilidades de formação. “A introdução de um Hackathon no contexto da pesquisa clínica é uma estratégia poderosa para quebrar paradigmas, por ser ágil, disruptivo e tecnológico. A parceria com a Firjan propiciou um senso de pertencimento e modernização da imagem das instituições envolvidas, demonstrando para o mundo do trabalho que essas quatro pós-graduações também estão na vanguarda da tecnologia e da inovação.”
A coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas, Dra. Cláudia Valete, afirmou que o Hackathon consolidou a cooperação entre as instituições. “O Hackathon é uma maratona tecnológica para oferecer respostas a dores reais. A segunda edição confirmou a parceria entre INI, UFF e Firjan e incorporou outros programas de mestrado profissional vinculados ao projeto piloto da Capes”, disse. Ela explicou que os desafios foram elaborados a partir dos trabalhos dos alunos, com foco no desenvolvimento rápido de soluções aplicáveis.
O professor Flávio Seixas, da UFF, destacou o impacto da iniciativa na formação dos estudantes. “O aluno do INI traz o problema, e o aluno da Computação traz a solução tecnológica. Essa estratégia é ganha-ganha e fortalece a formação de recursos humanos capazes de lidar com problemas reais da sociedade”, afirmou.
Para a Firjan, o evento reforça a integração entre diferentes setores. A coordenadora de saúde digital da Firjan SESI, Juliana Fontanezi, explica: “Apoiar iniciativas que aproximam academia, setor produtivo e sistema de saúde fortalece a formação qualificada e impulsiona a construção de soluções para o país”.
Representantes de programas parceiros do INI/Fiocruz também avaliaram o impacto formativo. Para Márcia Santana Fernandes, coordenadora adjunta do mestrado profissional em pesquisa clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, “o Hackathon mostra de forma muito objetiva que uma boa ideia não é necessariamente um bom problema de pesquisa. A experiência torna esse aprendizado claro para alunos e professores”.
A pesquisadora do IGM/Fiocruz, Maria da Conceição Almeida afirmou que o método apresentado no Hackathon é uma experiência nova que muda a forma de pensar ciência.
A tecnologista em Saúde Pública do IGM/Fiocruz, Theolis Bessa, destacou que “a metodologia permite criar ideias viáveis rapidamente e estimula a combinação de expertises entre profissionais de áreas diferentes”.
A banca avaliadora, composta por Mônica Vieira de Souza, Emanuela Rainho Assessora de Inovação da Secretaria de Estado de Saúde do RJ e Meirylene Rosa Emidio Avelino doutoranda do Instituto de Computação e especialista em Segurança da Informação da Globo, analisou os trabalhos e definiu as três melhores soluções desta edição.
1º lugar — Surdez idiopática: lacunas no acesso ao diagnóstico genético e implicações em saúde pública
Projeto que propõe ampliar o acesso ao diagnóstico etiológico da surdez idiopática por meio de abordagem genética.
Majoy Gonçalves Couto da Cunha (INI/Fiocruz)
Luiz Gabriel Moraes Pihieor (UFF)
Claudia Patrícia Alvarez Contreras (IGM/Fiocruz Bahia)
Yasmin Martins de Souza (INI/Fiocruz)
Renata da Fonseca Paixão Sperry (HCPA)
Lorrany Oliveira Correa (INI/Fiocruz)
2º lugar — Qualidade da dieta e presença de esteatose em pessoas vivendo com HIV/AIDS
Trabalho que avaliou o padrão alimentar e o risco de doença hepática esteatótica nessa população.
Larissa Cristina de Souza Santos (INI/Fiocruz)
Lilian Araujo de Carvalho(INI/Fiocruz)
Vanessa de Fatima Castro Ramos (INI/Fiocruz)
Felipe Colmeneiro dos Santos (HCPA)
Luana Beatriz Lemes (IGM/Fiocruz Bahia)
Amanda Orlando Reis (INI/Fiocruz)
3º lugar — Impacto da vacinação contra a dengue em municípios de pequeno porte de Minas Gerais
Pesquisa que analisou o impacto da vacinação em localidades onde a dengue permanece como principal desafio de saúde pública.
Anna Karolina Andrade Moura (INI/Fiocruz)
Fernanda Cristina Corrêa de Almeida Gomes (INI/Fiocruz)
Luciana Siqueira Candido Brito (Unirio)
Fernanda Cristina Corrêa de Almeida Gomes (INI/Fiocruz)
Hytalo de Jesus Silva (INI/Fiocruz)
Ayrton Surica (UFF)
Outros projetos abordaram o desenvolvimento de um escore clínico para prognóstico e tratamento da esporotricose felina e a gestão e vigilância em tempo real das internações hospitalares. Para os participantes, a experiência permitiu aplicar metodologias de inovação de forma integrada e interdisciplinar.
A jurada Mônica Vieira de Souza, do Centro de Referência em Saúde da Firjan SESI, afirma “o papel da Firjan é fazer a conexão entre pesquisa e necessidades identificadas nas empresas, possibilitando que a solução vencedora avance para uma pilotagem”.
A edição de 2025 reforçou o objetivo do INI, da UFF e da Firjan de aproximar pesquisa clínica, tecnologia e demandas reais do sistema de saúde, mantendo o foco na formação de profissionais capazes de propor soluções para problemas complexos.
Veja aqui a lista dos projetos e participantes do 2º Hackathon em Pesquisa Clínica








































