Em 1913, o médico e pesquisador Gaspar Vianna, trabalhando no então Instituto de Manguinhos, realizou tese de livre docência sobre aspectos anátomo-patológicos da paracoccidioidomicose (PCM), tema que mereceu também a atenção de vários outros pesquisadores desta instituição, como, Olympio da Fonseca Filho, Arêa Leão e Magarino-Torres.
Desde 1949 até os dias atuais tem sido mantida uma linha de pesquisa em PCM, de forma sistemática, sobretudo em pesquisa clínica baseada na casuística do IPEC-INI/Fiocruz, resultando em inúmeras publicações, dissertações e teses de pós-graduação e monografias.
Em 1980, o Dr. Bodo Wanke aceita o desafio de montar um Laboratório de Micologia Médica (LMM) na Fiocruz, a convite do Dr. José Rodrigues Coura. Inicialmente instalado no IOC, a partir de 1986 o LMM passa a ocupar uma área no então Hospital Evandro Chagas.
Este momento coincide com um marco histórico de reestruturação física e organizacional da unidade, em 1986, que resulta em uma integração das atividades laboratoriais com os serviços médicos. Essa configuração impulsiona não só o diagnóstico laboratorial da PCM, mas também disponibiliza exames de rotina para os diagnósticos de todas as micoses: superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas.
Sob a coordenação do Dr. Bodo Wanke e a recém-formada equipe integrada por Paulo Cesar Fialho Monteiro, Rosely Maria Zancopé Oliveira, Márcia Lazéra e Mauro de Medeiros Muniz, foram desenvolvidas linhas de serviço e pesquisa integradas no estudo das micoses, desde o diagnóstico laboratorial até a identificação das fontes ambientais de seus agentes. Desde então, o trabalho desenvolvido no laboratório tem gerado inúmeras dissertações de mestrado e teses de doutorado e algumas centenas de publicações na área, ampliando o quadro de colaboradores e expertises da equipe.