Priscila Sarmento
Na sexta-feira (11/07), aconteceu no Museu da Vida uma cerimônia de entrega do Diploma de Pesquisadora Emérita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e homenagem a Drª Léa Ferreira Camillo Coura. A cerimônia contou com a presença do presidente da Fiocruz Paulo Gadelha, o diretor do INI Alejandro Hasslocher, a pesquisadora do laboratório de pesquisa clínica em DST/Aids do INI Valdilea Veloso e o presidente da Academia Nacional de Medicina Pietro Novellino.
A abertura da cerimônia começou com um resumo sobre sua vida profissional e breves depoimentos dos integrantes da mesa. O diretor do INI, parabeniza a homenageada, “Você está nos dando o prazer de homenagear a primeira pesquisadora emérita da nossa unidade. É a primeira vez que o instituto indica a presidência esse prêmio”. Alejandro conclui que ficou surpreso ao saber que Drª Léa iniciou sua formação em pediatria e afirmou que sua trajetória é brilhante. Dando sequência, Drª Valdilea fala sobre sua vida profissional e seus destaques. “Desde que inicio os estudos, Léa sempre foi primeira aluna, e ao ler seu histórico, fiquei surpresa assim como Alejandro em saber da sua formação em pediatria”. O presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro, também diz estar muito feliz pela homenagem. “É um privilégio participar desse evento e Léa merece essa homenagem da Instituição”. Por fim, Paulo Gadelha explica que a Fiocruz quando concede o título de Pesquisador Emérito, as normas são rigorosas e cautelosas, considerando o legado e reconhecimento. “Quando a proposta chegou, foi muito fácil, sua trajetória é esplendida. Você fez essa junção da Fiocruz com a UFRJ e aprendi muito ao ver seu memorial”.
O discurso da Drª Léa é baseado também na sua história não só profissional como pessoal. Cita o quanto sente orgulho dos seus pais, filhos e netos. “Estou muito feliz com a homenagem e sei que é “culpa” da Valdilea e tenho muito orgulho de tudo que fiz até hoje. Embora o corpo já esteja cansado, a cabeça é de 20 anos”.
Desde sua iniciação aos estudos, a carioca Léa Camillo-Coura sempre foi destaque. Na década de 1950, formou-se na Faculdade Nacional de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); em 1964, após concluir mestrado da Inglaterra, reassumiu suas atividades na Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias, sendo promovida a Professora-Assistente. Em novembro de 1971, realizou concurso de Livre Docência, obtendo os títulos de Doutor e Docente Livre em Clínica de Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Foi Professora Titular da Faculdade de Medicina da UFRJ e Professora do Curso de Pós-Graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFRJ; foi a primeira mulher eleita Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, cadeira nº 82, patrono Antonio Dias de Barros; participou da Diretoria desta Academia durante vários anos. Foi também a primeira mulher a ser indicada Membro Honorário da Academia Brasileira de Medicina Militar, passando posteriormente a Membro Titular e hoje Emérita, tendo ocupado cargos na Diretoria da mesma; fundadora da Academia de Medicina do Rio de Janeiro, da qual é Membro Titular.
Aposentando-se da Faculdade de Medicina da UFRJ, reassumiu suas funções na Fundação Oswaldo Cruz, em 1990, como Pesquisador Titular III, tendo exercido por dois anos assessoria na Vice-Presidência de Meio Ambiente, foi posteriormente lotada no Departamento de Ciências Biológicas da ENSP, onde desenvolveu trabalhos nos Laboratórios de Enteroparasitoses e de Paleoparasitologia. Em 1997 passou a integrar o então Hospital Evandro Chagas do Instituto Osvaldo Cruz na qualidade de Coordenadora de Pesquisa, em seguida, a Vice Direção Científica do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas – Ipec/Fiocruz, a convite da diretora Dra. Keyla Marzochi; sob esta direção, criou o Comitê de Ética em Pesquisa do Ipec em 2000, acumulando a função de coordenação do CEP. Permanece como Coordenadora até a presente data.